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Denúncia contra Moreira Franco por 'farra das passagens' é enviada ao STF

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência é acusado de peculato em denúncia apresentada no ano passado; cabe ao procurador-geral da República decidir se retifica a acusação ao Supremo

Por Mateus Coutinho
Atualização:

 Foto: Fabio Motta/Estadão

O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do DF, determinou na quarta-feira, 8, a remessa para o Supremo Tribunal Federal da denúncia contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência Moreira Franco e outros dez ex-parlamentares por peculato (desvio de dinheiro) o no escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens". na Câmara dos Deputados.

 Foto: Estadão

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Para Moreira Franco, o caso já está superado "já que a própria Câmara dos Deputados concluiu que não houve irregularidade nos atos". Ele, contudo, não respondeu se iria se afastar do cargo caso a PGR retifique a denúncia perante o STF.

A acusação contra Moreira e outros ex-deputados faz parte do pacote de 52 denúncias contra 443 ex-parlamentares apresentadas em novembro do ano passado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Ao todo, a investigação apontou que teriam sido gastos um total de R$ 25 milhões em passagens aéreas para amigos e familiares de políticos entre 2007 e 2009.

Como tomou posse neste ano no cargo de Secretario-Geral da Presidência, que tem prerrogativa de foro perante o STF, o caso de Moreira deverá ser analisado pela Corte Suprema.

Na denúncia, o peemedebista é acusado de ter adquirido 5 passagens ao preço total de R$ 1.486. Em todas as 52 acusações, o Ministério Público Federal pede que os denunciados devolvam o valor das passagens corrigidos pela inflação até hoje. A pena para o delito de peculato é de reclusão de dois a doze anos, mais multa.

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Escândalo. Em 2009, a revelação de que deputados e senadores usavam recursos do Congresso para pagar passagens para amigos e familiares viajarem no Brasil e no exterior ficou conhecida como 'Farra das Passagens'.

Responsável por apresentar as denúncias, que atingem um número de políticos que, se ainda estivessem exercendo os mandatos equivaleriam a 86% da Câmara, o procurador Regional da República Elton Ghersel explicou que a investigação identificou um total de 112 mil passagens emitidas por meio das cotas parlamentares entre 2007 e 2009, quando o presidente da Câmara era o petista Arlindo Chinaglia (SP).

"Durante vários anos tentamos (o MPF) que a Câmara informasse quais teriam sido emitidas para uso oficial ou não, e estes oficios nunca foram respondidos. A ideia era direcionar os questionamentos aos parlamentares, mas isso não foi possível", afirmou o procurador, lembrando que foram identificados casos de gastos de pouco mais de R$ 500 até o caso de um ex-deputado que teria gasto cerca de R$ 100 mil de sua cota.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE MOREIRA FRANCO:

"O ministro Moreira considera superado o caso citado, já que a própria Câmara dos Deputados concluiu que não houve irregularidade nos atos.

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Em relação ao segundo questionamento (sobre se Moreira cogita afastamento do cargo), acredito que pergunta deve ser direcionada ao Presidente. Só ele pode afastar ou demitir auxiliares.".

 

 

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