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Denúncia cita entrega de valores à cunhada de tesoureiro do PT

Marice, irmã da mulher de João Vaccari Neto, teria recebido dinheiro de 'money delivery' de Youssef a mando de empreiteira; ela foi levada a depor e sua casa alvo de busca

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Por Redação
Atualização:

Por Ricardo Brandt e Fausto Macedo

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A força-tarefa da Lava Jato relacionou a suposta entrega de dinheiro para Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, solicitada por um executivo da empreiteira OAS com duas movimentações da contabilidade do "money delivery", operado pelo doleiro Alberto Youssef.

Na denúncia criminal que ofereceu contra seis executivos do Grupo OAS, o Ministério Público Federal considerou como elemento de prova o cruzamento do monitoramento telefônico do doleiro, com José Ricardo Nogueira Breghirolli, com a contabilidade informal de Youssef para indicar o pagamento de valores para Marice, em dezembro de 2013.

"Diálogo travado em  3 de dezembro de 2013, no qual (Youssef e Breghirolli) combinam duas entregas a serem feitas por Youssef. A primeira, no mesmo dia 3, aos cuidados de Sra. Marice, no endereço Rua Doutor Penaforte Mendes, 157, AP 22, Bela Vista", informando que a entrega e a mando de "Carlos Araújo", registra a denúncia.

A Polícia Federal tenta identificar ainda quem é "Carlos Araújo". "Deve ser destacado que na planilha "Money Delivery" apreendida há referencia, para o dia 3 de dezembro, de registro dos valores de R$ 44.240,00 e R$ 200.000.00 reais com a indicação SP", sustenta a denúncia.

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Segundo a denúncia pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, o MPF afirma que Breghirolli "era um dos principais responsáveis por viabilizar pagamentos de vantagens indevidas da OAS no interesse da organização criminosa".

Na quebra de sigilo de Youssef, o executivo da OAS está registrado na lista de contatos como "José Ricardo". "Em sua grande maioria, referentes a entrega de valores." Na denúncia, os executivos da OAS, Youssef e seus operadores e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa são acusados por terem praticado 20 atos de corrupção e 14 de lavagem de dinheiro.

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Só nos contratos da OAS com a Diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012, o MPF almeja o ressarcimento de R$ 213 milhões, referente aos 3% que eram desviados dos contratos. Só a OAS é apontada pelo pagamento de R$ 29 milhões em propina para corromper Costa e o diretor de Serviços Renato Duque - indicado pelo PT. A maior parte era destinado ao diretor petista. Em seu depoimento, Marice negou qualquer irregularidade. Apesar de ter a prisão pedida, a Justiça concedeu apenas o direito da PF leva-la coercitivamente para depor. Aos delegados, ela negou o esquema. Em seu apartamento, foram apreendidos materiais como cinco pen drives que estão sendo analisados e comparados com o material apreendido na OAS.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ainda não analisou a denúncia no caso OAS. Marice e Vaccari, no entanto, não fazem parte dos alvos da acusações criminal, eles serão denunciados separadamente, da mesma forma que o ex-diretor de Serviços Renato Duque.

COM A PALAVRA, A DEFESA

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João Vaccari Neto tem negado qualquer envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef e com as irregularidades em contratos da Petrobrás. Em evento do PT, o tesoureiro disse durante discurso aos membros do partido que era inocente. Marice negou em seu depoimento recebimento de propina.

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