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Democracia demanda que coisas públicas sejam tratadas em público, diz Moro

Juiz da Lava Jato volta a defender a importância da publicidade das ações judiciais que investigam desvios de dinheiro público

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Foto do author Fausto Macedo
Por Mateus Coutinho , Julia Affonso , Fausto Macedo e André Ítalo
Atualização:

Juiz Sérgio Moro em palestra em São Paulo. Foto: Julia Affonso/ Estadão

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato,voltou a defender nesta segunda-feira, 23, a importância da publicidade nos processos judiciais durante o IX Fórum da Associaçao Nacional de Editores de Revistas, na capital paulista. " A democracia e a liberdade demanda que as coisas públicas sejam tratadas em público", afirmou o magistrado.

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Moro explicou que a própria Constituição brasileira prevê a publicidade de ações judiciais envolvendo crimes contra a administração pública, como é o caso dos crimes envolvendo a Petrobrás investigados na Lava Jato desde o ano passado.

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O magistrado, que é questionado pelas defesas das empreiteiras e outros réus da operação pela divulgação da operação ressaltou que a escolha por tornar públicos os processos e audiências da Lava Jato não é dele. "A escolha não é minha, é da Constituição", disse.

Moro ainda rebateu as críticas de vazamentos que teriam ocorrido durante a operação. "Pontualmente recebemos criticas de vazamentos, mas muitas vezes já eram documentos que estavam públicos no processo e se o processo está sendo tratado com publicidade não há que falar em vazamento de informação ", disse.

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Eleições. O magistrado ainda comentou sobre as audiências do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, os primeiros delatores da operação, que ocorreram às vésperas das eleições presidenciais no ano passado e foram divulgadas à imprensa. Moro disse que optou por não retardar o andamento do processo das investigações durante o período eleitoral, embora tenha sido criticado por isso.

"Eu não vou retardar o andamento do processo por causa de uma eleição. Durante o período eleitoral, tanto mais se justifica ter o pleno acesso às informações", afirmou. Na ocasião, os delatores revelaram a existência de um esquema de loteamento político nas diretorias da estatal e de pagamento de propinas das empreiteiras que tinham contrato com a Petrobrás para abastecer não só diretores e funcionários da petrolífera mas também partidos e políticos responsáveis pelas indicações.

Moro ainda lembrou que, apesar das críticas, várias sentenças da Lava Jato acabaram confirmando depois a existência do esquema.

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