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Delator mentiu e embolsou dinheiro da Odebrecht, diz defesa de Frei Chico

Julio Cesar Neves, que defende irmão de Lula acusado de receber mesada da empreiteira, diz que Alexandrino Alencar 'induz Polícia Federal a erro'

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Marcelo Godoy
Por Luiz Vassallo e Marcelo Godoy
Atualização:

Frei Chico, irmão de Lula. Foto: Monalisa Lins/AE - Arquivo/2002

O advogado Julio Cesar Neves, que defende o irmão do ex-presidente Lula, Frei Chico, acusou um ex-executivo da Odebrecht, Alexandrino de Alencar, de mentir em delação premiada 'para induzir a Polícia Federal a erro'. Em depoimento nesta segunda-feira, 27, Lula negou envolvimento com a suposta mesada a seu irmão.

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"Eu queria falar que os delatores, para não serem apenados, querem induzir a erro a Polícia Federal e notoriamente escandalosamente falsos nas declarações", afirmou.

Em delação premiada, Alexandrino Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, que chefiou o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o departamento de propinas da empresa, Frei Chico recebia uma espécie de mesada.

Alexandrino de Alencar diz que Frei Chico recebia uma mesada de R$ 3,5 mil que teria subido para R$ 5 mil, já Mascarenhas diz ter registrado pagamentos de R$ 15 mil trimestrais.

O advogado de Frei Chico aponta o que chama de 'contradições' na delação da Odebrecht. "Um deles fala de uma quantia que não bate com a versão do outro".

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"O Alexandrino de Alencar diz que o Frei Chico recebia R$ 3,5 mil, enquanto o outro delator diz que ele recebia R$ 15 mil. Não só é falso como ele (Alexandrino) deve ter ficado com o dinheiro para ele", firma.

O defensor ainda diz que Frei Chico tinha 'contrato com a Odebrecht desde o governo FHC'. "Eles tentam não ser apenados para atingir o ex-presidente Lula usando o Frei Chico. Eles merecem uma cadeia muito grande".

COM A PALAVRA, ODEBRECHT

"A Odebrecht continua colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua e está empenhada em ajudar as autoridades a esclarecer qualquer dúvida. O acordo de colaboração da Odebrecht já se provou eficaz, inclusive com desdobramento em novas investigações e processos judiciais no Brasil e no exterior. A Odebrecht reitera que reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção, qualquer que seja a sua forma."

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