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Delator entrega 'rol de elementos de prova' contra Vaccari

Na lista do empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, estão ‘agenda eletrônica (outlook) e e-mails indicando reuniões e contatos' com ex-tesoureiro do PT, preso na Lava Jato

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

Vaccari chega a sede da PF para prestar depoimento. Foto: Felipe Rau/ Estadão.

O empresário Ricardo Pernambuco Júnior, dono da Carioca Engenharia, entregou à Operação Lava Jato um 'rol de elementos de prova' contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. Pernambuco Júnior é um dos delatores do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014 e apontou repasse de R$ 1 milhão em espécie a Vaccari.

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Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em 1.º de outubro de 2015, Ricardo Pernambuco Júnior afirmou que, em 2011, Vaccari foi ao seu escritório e solicitou que a Carioca fizesse uma 'doação' de R$ 1 milhão ao PT. Segundo o delator, a doação não se vinculava a nenhuma campanha eleitoral específica. O depoimento de Pernambuco Júnior foi anexado aos autos da Lava Jato na quinta-feira, 30.

Na lista de documentos, estão os 'registros na portaria da sede da Carioca Engenharia em São Paulo, nas datas de 3 de fevereiro de 2014, 15 de agosto de 2014 e 26 de setembro de 2014, contemplando a presença do Sr. João Vaccari Neto na empresa [documento 04]; observação: os registros de portaria contemplam, apenas, os últimos 18 meses'. Pernambuco Júnior entregou também 'agenda eletrônica (outlook) e e-mails indicando reuniões e contatos com o Sr. João Vaccari Neto'.

"E-mail de 15 de abril de 2011 no qual Ricardo Pernambuco Júnior solicita à sua secretária que imprima os protocolos de convites para obras na Petrobrás, os quais estavam direcionados a Renato Duque e Graça Foster, e os entregue "a Angela no PT e pedir a ela p encaminhar p Dr João Vaccari" [documento 01]", anexou o empresário.

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"E-mail de 26 de setembro de 2011 no qual Ricardo Pernambuco Júnior relata que está "marcada em bsb uma reuniao e ele na 4o feira" (referindo-se a João Vaccari), cujo objetivo era tratar de convite para licitação de obra na Petrobrás [documento 02]. E-mail de 28 de setembro de 2011 no qual Ricardo Pernambuco Júnior solicita à sua secretária que imprima e-mail com lista de concorrentes para obra da Petrobrás, na qual a Carioca não estava contemplada, e encaminhe envelope, sem timbre, para "entregar em mãos p dr vaccari" [documento 02]."

[veja_tambem]

O documento de número 3, entregue por Pernambuco Júnior, é a 'agenda eletrônica contemplando reuniões com o Sr. João Vaccari'.

O ex-tesoureiro do PT está preso desde abril de 2015. Vaccari Neto foi condenado a 15 anos e 4 meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na Lava Jato.

De acordo com Pernambuco Júnior, 'o interesse do depoente e da Carioca em atender ao pedido de Vaccari consistia na inclusão da empresa na lista de convidadas de obras da Petrobrás'.

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COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, DEFENSOR DE VACCARI

O criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso rechaçou com veemência a denúncia do empresário que afirma ter entregue R$ 1 milhão em dinheiro vivo para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. "Isso não procede. Vaccari jamais recebeu dinheiro em espécie", afirma D'Urso. O advogado do ex-tesoureiro assegura que 'todas as vezes que alguém procurou Vaccari para fazer doações foi indicada a conta bancária oficial do Partido dos Trabalhadores para a realização dos depósitos que imediatamente eram lançados na contabilidade oficial do PT e declarados a Justiça Eleitoral'. "Nunca, jamais Vaccari recebeu valores em espécie."

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