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Delator diz que ex-ministro das Cidades Marcio Fortes recebeu propina de R$ 1 mi

Benedito Rodrigues, o Bené, alvo da Operação Acrônimo, cita ainda ex-ministro Mário Negromonte, sucessor de Fortes, e Pedro Corrêa, ex-líder do PP na Câmara e réu do Mensalão e da Lava Jato

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Ricardo Brandt , Fausto Macedo , Mateus Coutinho e Julia Affonso
Atualização:

O ex-ministro Márcio Fortes. Foto: Divulgação

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou em delação premiada que o ex-ministro Marcio Fortes (Cidades), do governo Lula, recebeu R$ 1 milhão de um esquema que resultou na contratação da agência de publicidade Propeg, em 2010.

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Segundo o delator, outro ex-ministro da Pasta, Mário Negromonte - hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia -, sucessor de Fortes, e o ex-deputado e ex-líder do PP na Câmara Pedro Corrêa teriam recebido valor equivalente a 10% do contrato de publicidade.

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A delação de Bené foi homologada na semana passada pelo Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Acrônimo - investigação da Polícia Federal que atribui crime de corrupção ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT), ex-ministro do Desenvolvimento do governo Dilma.

Em sua delação, Bené afirmou que o Grupo CAOA, do setor automotivo, teria pago R$ 20 milhões a Pimentel. A CAOA nega categoricamente o repasse ilegal.

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A delação do empresário preenche 20 anexos. Um deles é dedicado aos ex-ministros Marcio Fortes e Mário Negromonte e ao ex-deputado Pedro Corrêa - este também delator, mas de outra operação, a Lava Jato.

Bené afirmou que por volta de 2010 Negromonte o procurou. Segundo o delator da Acrônimo, Negromonte pretendia 'influenciar' em licitação da área de publicidade do Ministério das Cidades. O plano seria beneficiar a Propeg.

Negromonte e Pedro Corrêa - na época, réu do Mensalão - iriam receber, segundo Bené, 10% do 'resultado' da operação.

O acordo previa que o ministro Márcio Fortes, que ocupou o cargo entre 2005 e 2011, e um assessor dele, conhecido por 'Alcione', ficariam com uma parte do valor do contrato, desde que a Propeg fosse a escolhida.

Segundo Bené, Mário Negromonte e Pedro Corrêa receberam total de R$ 1 milhão cada.

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O ex-ministro Marcio Fortes também teria recebido R$ 1 milhão, valor pago, segundo ele, 'durante mais de um ano'

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DA PROPEG:

"É falso o enredo por meio do qual se tenta envolver a Propeg em assuntos que são inteiramente estranhos à agência. Jamais, em tempo algum, houve pagamento a políticos por meio da empresa. Em 2010 a Propeg e outras três agências de propaganda venceram licitação para atender ao Ministério das Cidades. O certame escolheu aquelas que apresentaram as melhores propostas nas modalidades técnica e preço - como rege a lei."

COM A PALAVRA, MÁRIO NEGROMONTE:

O criminalista Carlos Fauaze, que defende o ex-deputado, informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso à documentação constante nos autos do processo. Mário Negromonte afirmou que a empresa Propeg é da Bahia, seu Estado, e que ele não precisaria da intermediação de Bené para tratar de qualquer assunto envolvendo a empresa. "A Propeg é da Bahia. Eu ia precisar do Benedicto para fazer alguma intermediação de conversa?Não tem sentido. Jamais procurei ele para esse tipo de contato", afirmou. COM A PALAVRA, O EX-MINISTRO MARCIO FORTES:

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"Nego veementemente as acusações, e me coloco à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos que eventualmente forem necessários."

Marcio Fortes de Almeida

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