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Delação da Odebrecht pega marqueteiro e homem forte de Aécio

Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou investigação contra o publicitário Paulo Vasconcelos do Rosário Neto e também contra um dos principais auxiliares do tucano, o empresário Oswaldo Borges da Costa Filho

Por Breno Pires , de Brasília e e Julia Affonso
Atualização:

Aécio Neves. Foto: Estadão

A investigação da Operação Lava Jato, que mira em repasse de R$ 5,475 milhões - supostamente a pedido do senador Aécio Neves (PSDB-MG) -, para a campanha ao governo de Minas de Antonio Anastasia em 2010, alcança também o publicitário Paulo Vasconcelos do Rosário Neto e um dos principais auxiliares do tucano, o empresário Oswaldo Borges da Costa Filho. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a apuração.

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A Procuradoria-Geral da República pediu abertura de inquérito para investigar 'fatos relacionados aos senadores da República Aécio Neves da Cunha e Antônio Augusto Junho Anastasia, bem como Oswaldo Borges da Costa e Paulo Vasconcelos do Rosário Neto, em razão das declarações prestadas pelos colaboradores Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Sérgio Luiz Neves' - estes, executivos ligados à empreiteira Odebrecht.

Segundo o Ministério Público Federal, 'referidos colaboradores apontam, por meio de declaração e prova documental, que, em 2010, pagaram, a pedido do senador Aécio Neves, vantagens indevidas a pretexto de campanha eleitoral ao Governo do Estado de Minas Gerais do hoje senador Antonio Augusto Junho Anastasia'.

Os delatores também apontam o pagamento, no ano de 2009, de R$ 1,8 milhão, supostamente a pedido de Minas Aécio Neves e a pretexto de doação eleitoral em favor da campanha ao Governo do Estado de Minas Gerais do atual senador Antônio Anastasia.

"Descrevendo as solicitações e os pagamentos realizados e individualizando a participação de cada um dos citados, sustenta o Procurador-Geral da República a existência de indícios quanto à prática dos crimes de corrupção passiva (art. 317 c/c art. 327, §§ 1º e 2º do Código Penal), lavagem de dinheiro (art. 1º, § 1º, I, da Lei 9.613/1998) e corrupção ativa (art. 333 do Código Penal), postulando a investigação conjunta e "o levantamento do sigilo em relação aos termos depoimento aqui referidos" (fl. 11)", narra Fachin.

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COM A PALAVRA, AÉCIO NEVES

Em nota divulgada nesta terça-feira, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse considerar importante o fim do sigilo do conteúdo das delações premiadas dos ex-executivos da Odebrecht. Na nota, o tucano diz que ele pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a quebra dos sigilos e que agora "será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta".

A bancada do PSDB na Câmara também divulgou nota, onde defende que o País não fique paralisado com a divulgação da lista. "É fundamental, todavia, que o trabalho das instituições não paralise o País. Há uma agenda de reformas pendente no Congresso e elas são cruciais para a reativação da economia e a geração de emprego", diz a mensagem assinada pelo líder Ricardo Tripoli (SP). "A bancada do PSDB na Câmara reafirma sua confiança na Justiça e nas instituições. O fim do sigilo das investigações permitirá que os citados exerçam plenamente o direito de defesa e que a verdade, enfim, prevaleça", completa a nota.

COM A PALAVRA, PAULO VASCONCELOS

Paulo Vasconcelos afirma que conduziu todas as campanhas das quais participou dentro do que estava previsto na lei. Essas delações contém informações falsas, que serão desmentidas ao longo das investigações.

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A assessoria de imprensa da PVR afirmou, enviou nova nota neste domingo, 16. "Todos os serviços relatados pelo delator foram efetivamente prestados pela PVR, como teremos possibilidade de comprovar ao longo da investigação".

COM A PALAVRA, ANTONIO ANASTASIA

"Em toda sua trajetória, Anastasia nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém."

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