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Defesa de Temer rebate Janot em audiência com Fachin

Em audiência com ministro no Supremo, advogado pede redistribuição da relatoria da Operação Patmos, que mira presidente com base na delação da JBS

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Por Breno Pires e Isadora Peron
Atualização:

Rodrigo Janot e Michel Temer. FOTOS: FELLIPE SAMPAIO/SCO/STF e DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Foto: Estadão

A defesa do presidente Michel Temer (PMDB), em audiência com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin nesta segunda-feira, 29, buscou rebater os argumentos da Procuradoria-Geral da República, que na sexta-feira, 26, pediu a Fachin a autorização para tomar depoimentos dos investigados no inquérito aberto contra Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

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O advogado Gustavo Guedes defendeu os pedidos de redistribuição da relatoria, por meio de sorteio, e de desmembramento do inquérito contra o presidente e reforçou o pedido para que o STF aguarde a conclusão da perícia nos áudios gravados por Joesley Batista, delator do Grupo J&F, antes de qualquer outra etapa da investigação.

O pedido de separação de Temer de Aécio Neves - estratégia que já vinha sendo estudada - foi antecipado após Janot afirmar que o inquérito tem um prazo mais curto por envolver investigados presos. Os três presos, Andrea Neves, Frederico Pacheco e Mendherson Souza, são relacionados a Aécio.

Se Fachin desmembrar, o prazo mais curto não se aplicará ao inquérito contra o presidente. A defesa de Temer teria mais tempo. Advogados, no entanto, dizem que não estão interessados em atrasar a investigação, mas apenas em elucidar um ponto crucial.

De outro lado, Janot entende que não há necessidade de aguardar a perícia dos áudios e é preciso ouvir os investigados o quanto antes porque há investigados presos. A PGR espera o aval de Fachin. A PF queria ouvir Temer, Aécio Neves Rocha Loures e nesta semana, mas o ministro Fachin deixou claro que ainda não autorizou estas etapas.

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Além de haver investigado preso, um dos pontos colocado por Janot, no pedido de autorização para marcar depoimentos, é que houve "confissão espontânea" por parte do presidente; o que a defesa nega.

Foi a terceira audiência entre advogados de Temer e o ministro Fachin desde a semana passada. A defesa espera que Fachin só autorize os depoimentos após a perícia ser entregue.

TSE. Diante da aproximação do julgamento da ação que pode cassar o mandato do presidente Temer no Tribunal Superior Eleitoral, os advogados de Temer iniciarão nesta terça-feira (30) um corpo a corpo entre os ministros da Corte Eleitoral, para apresentar um memorial, com o resumo dos argumentos da defesa.

A defesa entende que o ambiente político não é o mesmo do início do julgamento da ação na Corte Eleitoral. A visão é que será preciso dedicar-se ainda mais a mostrar as razões para que Temer não seja cassado na ação proposta pelo PSDB contra a chapa formada por Dilma Rousseff e pelo peemedebista, vencedores na eleição de 2014.

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