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Governo paulista repassou R$ 384 mil para cooperativa da 'máfia da merenda'

Transferência para obra próxima de assentamento em Bebedouro foi suspensa depois da deflagração da Operação Alba Branca

Foto do author José Maria Tomazela
Foto do author Pedro  Venceslau
Por José Maria Tomazela e Pedro Venceslau
Atualização:

Terreno de 10 mil m² foi doado à Coaf em 2013 pela Prefeitura de Bebedouro; obra faz parte do projeto Microbacias II, do governo do Estado. FOTO: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Foto: Estadão

Apontada pelo Ministério Público de São Paulo como carro-chefe do esquema de fraudes na venda de produtos para merenda escolar investigado pela Operação Alba Branca, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) fechou com o governo paulista um contrato de R$ 1,2 milhão para a aquisição de caminhões e construção de uma 'packing house' - unidade de processamento de olerícolas e frutas -, na margem da rodovia Armando Salles de Oliveira, próximo do assentamento Reage Brasil, em Bebedouro, região de Ribeirão Preto.

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O governo se comprometeu a pagar R$ 800 mil e a cooperativa R$ 400 mil. A obra deveria ser feita em um terreno de 10 mil metros quadrados que foi doado à Coaf em 2013 pela prefeitura de Bebedouro. A estrutura metálica chegou a ser montada e a cobertura adquirida, mas não instalada.

A prefeitura de Bebedouro informou que pretende pedir a devolução da área municipal doada à Coaf. "Como o objetivo da doação não foi alcançado, vamos pedir à Câmara que o terreno retorne ao município", disse o diretor de Desenvolvimento Econômico, Lucas Seren. Segundo ele, também há indícios de que o dinheiro público liberado para a obra foi desviado. "Também vamos pedir que haja uma apuração."

Terreno de 10 mil m² foi doado à Coaf em 2013 pela Prefeitura de Bebedouro; obra faz parte do projeto Microbacias II, do governo do Estado. FOTO: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Foto: Estadão

A obra faz parte do projeto Microbacias II, do Governo do Estado, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento. A assessoria da Secretaria de Agricultura do Estado, informa que o repasse à Coaf foi suspenso até que a apuração interna aberta após as primeiras denúncias contra a cooperativa sejam concluídas.

Do total previsto de R$ 800mil, a Secretaria de Agricultura repassou à Coaf 49% do valor - R$ 384 mil. Ainda segundo a assessoria do governo, não há previsão para a conclusão da obra. Apontado pela Operação Alba Branca como suposto chefe da "máfia da merenda", o executivo Cássio Chebabi, presidente da Coaf, decidiu colaborar com a Justiça depois de ter a prisão preventiva decretada.

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Terreno de 10 mil m² foi doado à Coaf em 2013 pela Prefeitura de Bebedouro; obra faz parte do projeto Microbacias II, do governo do Estado. FOTO: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Foto: Estadão

Terreno de 10 mil m² foi doado à Coaf em 2013 pela Prefeitura de Bebedouro; obra faz parte do projeto Microbacias II, do governo do Estado. FOTO: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Foto: Estadão

Terreno de 10 mil m² foi doado à Coaf em 2013 pela Prefeitura de Bebedouro; obra faz parte do projeto Microbacias II, do governo do Estado. FOTO: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Foto: Estadão

Terreno de 10 mil m² foi doado à Coaf em 2013 pela Prefeitura de Bebedouro; obra faz parte do projeto Microbacias II, do governo do Estado. FOTO: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Foto: Estadão

 

Em depoimento, ele apontou aos investigadores da Operação Alba Branca os nomes do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), e do secretário estadual de Logística e de Transportes Duarte Nogueira, como supostos beneficiários de uma propina de 10% sobre contratos da Secretaria de Estado da Educação no governo Geraldo Alckmin (PSDB). Ambos negam veementemente as acusações.

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