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Contratos de R$ 310 milhões do Governo do Tocantins estão sob suspeita

Operação Reis do Gado investiga 18 acordos entre Estado e empreiteiras; na lista estão reformas de escolas e prestação de serviços de jardinagem na Residência Oficial do Governo

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Por Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:
 Foto: Estadão

A Operação Reis do Gado, que levou o governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), a depor obrigatoriamente, investiga 18 contratos entre o Estado e empreiteiras, no valor de R$ 310.520.931,94, assinados entre 2000 e 2016. A apuração da Polícia Federal e do Ministério Público Federal aponta para 'uma possível grande e complexa associação criminosa instalada no estado do Tocantins'.

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Os contratos sob suspeita abrangem reformas de escolas no município de Colinas do Tocantins, prestação de serviços de jardinagem na Praça dos Girassóis, na capital Palmas, e na Residência Oficial do Governo de Tocantins, doação de área para a Sociedade Serra do Carmo, locação de aviões particulares, além de outros contratos firmados com municípios do Estado.

O maior dos acordos fechados é de R$ 147.926.980,74, relativos às 'Pontes Fantasmas do Tocantins', que motivaram a investigação do Ministério Público do Estado. A apuração envolveu mais de 100 obras de construção de pontes e casos de superfaturamento de preço, construções superdimensionadas e outros em que as obras não ocorreram.

Na Reis do Gado, há ainda contratos sob suspeita de R$ 56.129.992,02, de R$ 25.874.334,77, de R$ 21.410.320,14 e de R$ 17.446.047,74.

Marcelo Miranda se tornou governador, pela primeira vez, em 2003 e está em seu terceiro mandato no Tocantins.

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A Operação Reis do Gado investiga 'uma possível grande e complexa associação criminosa instalada no estado do Tocantins, envolvendo agentes públicos ocupante de importantes cargos da estrutura administrativa estadual, organizada para a provável aquisição fraudulenta de bens e direitos, em especial fazendas, aviões, veículos, gado e outras propriedades, sem a devida escrituração em nome dos reais proprietários'.

Autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a operação decretou a prisão temporária de José Edmar Brito Miranda Junior, irmão do governador, do secretário de Infraestrutura do Estado, Sérgio Leão, e de outros seis investigados e determinou a condução coercitiva do governador, de seu pai, José Edmar Brito Miranda, do ex-governador do Estado Siqueira Campos (PSDB) e de outros 21.

O STJ ordenou a indisponibilidade de todo o patrimônio de Marcelo Miranda, seu irmão e seu pai nos estados de Tocantins, Goiás e Pará, incluindo a proibição de emissão de guias de transporte de animal pelas Agências de controle sanitário desses Estados'.

De acordo com a investigação, há indícios de 'oferecimento/recebimento de quantias recebidas ilicitamente em troca de favorecimento em contratos e pagamentos realizados pelo Governo do Estado de Tocantins'. A Reis do Gado apura ainda 'possíveis doações eleitorais irregulares às campanhas do atual Governador Marcelo de Carvalho Miranda, agente que detém prerrogativa de foro'.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO TOCANTINS

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A Secretaria da Comunicação Social esclarece que o Governo do Estado não tem informações sobre quais seriam as supostas irregularidades dos contratos, o que inviabiliza a manifestação do Estado.

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