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'Como faço para receber?'

Irmãos doleiros, Marcelo e Renato Chebar, confirmam à Justiça do Rio propinas de empresário para o ex-governador Sérgio Cabral antes da Olimpíada/16, no âmbito da Operação Unfair Play

Por Fábio Grellet/RIO
Atualização:

 Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

Em depoimento à Justiça Federal no Rio nesta segunda-feira, 9, em processo da Operação Unfair Play, os irmãos Marcelo e Renato Chebar, doleiros que operavam para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB), confirmaram que o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho pagou propina ao então governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB), antes da Olimpíada de 2016, em troca de contratos com o governo do Estado. Segundo Renato Chebar, a quantia movimentada ilegalmente chegou a 10 milhões de dólares, dinheiro que segundo ele seria entregue a Cabral.

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"O Carlos Miranda (assessor de Cabral) pediu porque eu é que operava a conta do Cabral no exterior. Ele falou 'temos um dinheiro para receber em dólares. Como faço para receber?'Aí eu dei essa ideia: abre-se uma conta no banco no qual nós já temos uma conta. O Arthur transferiu. Pelos status que eu apresentei era (um saldo de) 10 milhões de dólares ao longo da existência dessa conta, não em um único depósito. Essa era a conta que pertencia a mim no banco, eu abri em meu nome para receber dinheiro do Sérgio Cabral".

Os dois irmãos falaram ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio.

Mãos à obra. O juiz Bretas também ouviu nesta segunda-feira, 9, três ex-funcionários da Carioca Engenharia, em outro processo cujo único réu é Alexandre Pinto, ex-secretário municipal de Obras.

Os depoentes afirmaram que o então secretário exigiu propina de 1% do valor dos contratos em obras sob sua gestão. Segundo os ex-funcionários, o dinheiro era entregue em espécie, inclusive dentro do carro de Pinto, enquanto ele participava de uma reunião.

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A reportagem não localizou representantes dos acusados, para que exponham sua versão sobre as denúncias.

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