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Com foco em Lula, nova etapa da Lava Jato chama 'busca da verdade'

Ex-presidente nega ser proprietário de tríplex no Guarujá e diz que sítio foi comprado por amigos e reformado por José Carlos Bumlai para ele guardar o objetos que recebeu da população quando foi presidente; os dois imóveis são investigados pela operação

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Por Mateus Coutinho , Andreza Matais e Fabio Fabrini
Atualização:

Lula. Foto: Douglas Magno/AFP

A 24ª fase da Lava Jato deflagrada nesta manhã e que tem mandados de condução coercitiva - quando o investigado é levado a depor pela Polícia Federal - para o ex-presidente Lula, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto é chamada 'Aletheia', expressão grega que significa "busca da verdade".

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A operação foi deflagrada com base em investigações sobre a compra e reforma de um sítio em Atibaia frequentado pelo petista, o fato de sua mudança ter sido transportada para o local e a relação desses episódios com empreiteiras investigadas na Lava Jato, além da relação dele com um tríplex no Guarujá reformado pela OAS.

As polêmicas obras do sítio frequentado pelo ex-presidente e reformado por empreiteiras e do tríplex da Bancoop, cooperativa dos bancários comandada pelo PT,adquirido por Lula e sua mulher Marisa Letícia, que posteriormente desistiram da compra, estão na mira da força-tarefa da Lava Jato.

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Em ambos os casos, os imóveis foram reformados por empreiteiros investigados por terem participado do esquema de corrupção na Lava Jato. O ex-presidente afirma que o tríplex, que foi transferido para a OAS assim como outros apartamentos no mesmo edifício após a Bancoop ficar insolvente, em 2009, não é dele.

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Além disso, em ação movida no Supremo Tribunal Federal, a defesa do ex-presidente alegou que o imóvel foi comprado pelo amigo e ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PT), em 2010, para que as duas famílias pudessem "conviver" e para que ele pudesse "acomodar objetos" recebidos do "povo brasileiro" durante seus dois mandatos. A defesa ainda admitiu que o pecuarista José Carlos Bumlai teria oferecido para bancar as obras de reforma do local.

Em recente petição encaminhada ao Supremo, para defender que a investigação envolvendo o ex-presidente seja conduzida pelo Ministério Público Federal no Paraná e não pelo Ministério Público de São Paulo, a força-tarefa da Lava Jato alegou que há suspeita de que as obras polêmicas seriam uma das vantagens oferecidas ao ex-presidente pelas empreiteiras em troca de contratos na Petrobrás quando Lula ainda era presidente.

Na investigação conduzida pelo MPF, o procurador da República Deltan Dallagnol aponta que a análise preliminar das provas reunidas demonstra "tipologia criminosa de lavagem de capitais já denunciada no âmbito da Operação Lava Jato, envolvem José Carlos Bumlai, executivos da Odebrecht e executivos da construtora OAS, todos investigados e muitos dos quais já denunciados no esquema de corrupção que assolou a Petrobrás".

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