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Cedraz nega relação com a Brasil Trade

Filho de ministro do TCU afirma que era copiado ‘indistintamente’ em e-mails da sociedade capitaneada por lobistas do PMDB ‘apesar de nunca ter feito parte’ dos negócios

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Por Ricardo Brandt e Julia Affonso
Atualização:
 

A "Brasil Trade", sociedade capitaneada pelos lobistas Jorge Luz e Bruno Luz - pai e filho presos na Operação Lava Jato - foi objeto de questionamentos da Polícia Federal ao advogado Tiago Cedraz. O filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TC), e a Brasil Trade são alvos da Operação Abate II, desdobramento 45 da Lava Jato.

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O advogado afirmou que 'foi copiado em alguns e-mails relativos a negócios do Brasil Trade apesar de nunca ter feito parte'.

Tiago Cedraz prestou depoimento em 23 de agosto. As declarações foram tornadas públicas nesta quinta-feira, 21.

A Abate II apreendeu um documento com "diretrizes" para criação de uma empresa, denominada Brasil Trade, que pode ser a formatação de uma sociedade entre corruptos, corruptores e operadores de propinas, responsáveis por desvios em contratos com a Petrobrás, que beneficiaria PT e PMDB: 40% para os partidos. De acordo com os investigadores, Tiago e Sérgio fariam parte da sociedade.

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Cedraz relatou à PF que 'em um dado momento Sérgio abordou o declarante sobre a possibilidade de outra parceria com Jorge, desta feita não de captação para serviços jurídicos e sim uma parceria comercial'.

"Sérgio dizia que seu network associado ao de Jorge abriria muitas possibilidades de negócios de compra e venda de produtos de toda sorte (de minério de ferro a casas de praia). Então o declarante manifestou a Sérgio sua falta de interesse em assuntos não jurídicos os quais não tinha conhecimento que o habilitasse a conduzir com segurança o negócio", afirmou o filho do ministro do TCU.

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"Conforme era de costume no âmbito da parceria original, o declarante, Jorge, Bruno, Sérgio e Tiago eram copiados em todos os e-mails indistintamente. Foi copiado em alguns e-mails relativos a negócios do Brasil Trade apesar de nunca ter feito parte. Nunca teve nenhum tipo de participação em nenhum negócio da Brasil Trade."

Cedraz declarou 'que não respondia e-mails que vinham sobre assuntos da Brasil Trade, bem como não respondia a grande maioria dos e-mails da própria parceria original'.

O advogado afirmou também 'jamais' ter usado 'siglas para se referir a quem quer se que seja por e-mail'.

"Não tem conhecimento da formalização em PJ da Brasil Trade. Jamais deu anuência verbal ou escrita para nenhum ato relativo a Brasil Trade", disse.

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