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Carlos Gabas é alvo de mandado de condução na Operação Custo Brasil

Residência de ex-ministro foi alvo de buscas na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo

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Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Julia Affonso , Ricardo Brandt e Mateus Coutinho
Atualização:

Carlos Gabas. Foto: André Dusek/Estadão

Atualizada às 17h02

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O ex-ministro Carlos Gabas foi alvo de condução judicial da Polícia Federal em sua residência nesta quinta-feira, 23, na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato.

Gabas foi ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC) do Governo Dilma, ministro da Previdência Social e já ocupou o cargo de secretário especial da Previdência Social depois que a Pasta foi unida ao ministério do Trabalho.

O procurador da República Andrey Borges de Mendonça explicou como é uma condução judicial. "O juiz responsável pelo caso entendeu que deveria ser garantido à pessoa alvo desses mandados a possibilidade de exercer o direito ao silêncio. Se ele dissesse 'eu quero exercer o meu direito ao silêncio', ele não seria levado para prestar esclarecimento. Aqueles que não foram levados foi porque exercitaram o direito de ficar em silêncio", afirmou. "Essa é a alternativa que o juiz falou: se ele exercitar o direito de ficar em silêncio, então, ele sequer foi levado à delegacia para ser ouvido. Aqueles que quiseram ser ouvidos, vão ser ouvidos e dar seu depoimento espontâneo. Inclusive, ele tinha que assinar que iria ou não exercer seu direito ao silêncio. Por isso nós não estamos usando esta expressão, até porque o juiz não a utiliza na decisão, condução coercitiva. Sim, uma condução judicial."

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A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil, deflagrou na manhã desta terça-feira, 23, a Operação Custo Brasil para apurar o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações no governo Lula), marido da senador Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi preso.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, todos expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

De acordo com a PF, há indícios de que o MPOG direcionou a contratação de uma empresa de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado.

"Segundo apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos - fictícios ou simulados.

O inquérito policial foi instaurado em dezembro de 2015, após a decisão do Supremo Tribunal Federal para que a documentação arrecadada na 18ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Pixuleco II, fosse encaminhada para investigação em São Paulo.

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Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal em São Paulo. As pessoas conduzidas coercitivamente são ouvidas nas instalações da PF mais próximas dos locais em que forem encontradas.

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