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Caixa diz à Procuradoria que não vai trocar vices

Conselho de Administração do banco se pronunciou 'a favor da manutenção dos atuais vice-presidentes', não cabendo substituições, recomendadas pelo Ministério Público Federal em dezembro

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Fausto Macedo
Por Luiz Vassallo , Fausto Macedo e Fábio Serapião/BRASÍLIA
Atualização:

Caixa Econômica Federal. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Caixa Econômica Federal afirmou à Procuradoria da República em Brasília que não irá trocar imediatamente seus 12 vice-presidentes. O Ministério Público Federal havia feito recomendações à Instituição financeira com o fim de coibir e prevenir novos escândalos de corrupção como aqueles que já são da PF.

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Em 15 de dezembro a Procuradoria deu prazo de 45 dias para que a Caixa trocasse os vices. O Ministério Público Federal ainda deu um mês para que a instituição financeira adotasse novos meios de fiscalizar as atividades de gestores e funcionários e dois meses para aprovar o novo estatuto.

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A respeito das recomendações, a Caixa enviou um comunicado nesta segunda-feira, 8, ao Ministério Público Federal. O banco afirmou que tem 'um sistema de governança adequado à Lei das Estatais, fazendo com que a maior parte das recomendações já estejam implementadas, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias, antes mesmo de qualquer manifestação do MPF'.

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"Por inexistir regra na Lei das Estatais, a CAIXA entende que o novo estatuto do banco disciplinará as futuras indicações e nomeações de vice-presidentes, não cabendo sua aplicação aos atuais ocupantes de modo a impor suas substituições", afirma.

A Caixa ainda diz que os 'atuais vice-presidentes tiveram seus nomes aprovados pelo Conselho de Administração do banco que os encaminhou ao Ministério da Fazenda que, por sua vez, fez a respectiva indicação ao Presidente da República, conforme prevê o atual estatuto, inexistindo fato concreto que reforce a necessidade de substituição dos atuais vice-presidentes'.

A Caixa Econômica Federal é alvo das operações Sépsis, que apura desvios no FI-FGTS; Cui Bono?, sobre desvios em liberações de de créditos a grandes empresas; Patmos, que, em uma de suas vertentes, investiga desvios praticados por Geddel Vieira Lima e Fábio Cleto. Personagens políticos como os ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) e Henrique Eduardo Alves (PMDB) estão presos por supostos desvios na Caixa, alvos dessa operação.

Muitos dos episódios de corrupção alvo do Ministério Público Federal, envolvem os vice-presidentes da Caixa, muitos deles no cargo por indicação política.

"A existência de diversas figuras proeminentes na administração da CEF em casos investigados e/ou alvos de investigações, bem como a perene influência política sobre funções que deveriam ser essencialmente técnicas, além do aparente comprometimento em defender atos irregulares passados, comprometem a isenção dos agentes, a acessibilidade de informações necessárias à apuração interna e externa pelos órgãos de controle e a confiabilidade nas operações firmadas e em estágio de contratação", afirmam os procuradores.

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COM A PALAVRA, A CAIXA

Com relação as recomendações apresentadas pelo Mistério Público Federal(MPF), a CAIXA informa:

o Que encaminhou as respostas ao MPF hoje, 8 de janeiro de 2018.

o As respostas esclarecem que a CAIXA tem um sistema de governança adequado à Lei das Estatais, fazendo com que a maior parte das recomendações já estejam implementadas, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias, antes mesmo de qualquer manifestação do MPF.

o Quanto a sugestão específica "Troca imediata dos vice-presidentes", informa que respondeu ao MPF:

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o Por inexistir regra na Lei das Estatais, a CAIXA entende que o novo estatuto do banco disciplinará as futuras indicações e nomeações de vice-presidentes, não cabendo sua aplicação aos atuais ocupantes de modo a impor suas substituições.

o Os atuais vice-presidentes tiveram seus nomes aprovados pelo Conselho de Administração do banco que os encaminhou ao Ministério da Fazenda que, por sua vez, fez a respectiva indicação ao Presidente da República, conforme prevê o atual estatuto, inexistindo fato concreto que reforce a necessidade de substituição dos atuais vice-presidentes.

Por fim, a CAIXA informa que o seu Conselho de Administração também pronunciou-se a favor da manutenção dos atuais vice-presidentes.

Às 19h01 desta segunda-feira, 8, a Caixa enviou novos esclarecimentos.

Com relação as recomendações apresentadas pelo Ministério Público Federal(MPF), a CAIXA informa:

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o Que encaminhou as respostas ao MPF hoje, 8 de janeiro de 2018.

o As respostas esclarecem que a CAIXA tem um sistema de governança adequado à Lei das Estatais, fazendo com que a maior parte das recomendações já estejam implementadas, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias, antes mesmo de qualquer manifestação do MPF.

o Quanto a sugestão específica "Troca imediata dos Vice-presidentes", informa que respondeu ao MPF:

o Por inexistir regra na Lei das Estatais, a CAIXA entende que o novo estatuto do Banco disciplinará as futuras indicações e nomeações de vice-presidentes, não cabendo sua aplicação aos atuais ocupantes de modo a impor suas substituições.

o Os atuais Vice-presidentes tiveram seus nomes aprovados pelo Conselho de Administração do Banco que os encaminhou ao Ministério da Fazenda que, por sua vez, fez a respectiva indicação ao Presidente da República, conforme prevê o atual estatuto, inexistindo fato concreto que reforce a necessidade de substituição dos atuais vice-presidentes.

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A Caixa esclarece que seu atual Conselho de Administração não se manifestou sobre o afastamento dos atuais vice-presidentes do banco por ausência de competência para tanto, nos termos do Estatuto em vigor. Com aprovação do novo Estatuto da CAIXA, em Assembleia Geral, e sendo atribuída a referida competência ao Conselho de Administração, o tema será devidamente analisado.

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