Ao se negar a responder perguntas durante interrogatório por videoconferência, o ex-governador Sérgio Cabral afirmou, nesta terça-feira, 27, que teve o direito de defesa 'cerceado' em razão da falta de contato com seus defensores.
Na primeira audiência realizada após sua transferência para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba, Cabral disse preferir falar "olho no olho" com o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
"Como o senhor (Bretas) bem frisou, eu tenho respondido a todas as questões trazidas pelo senhor, pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelos advogados. Mas, nesse caso, doutor Marcelo, meu direito de defesa está prejudicado. Estou há mais 30 dias em Curitiba, não tive oportunidade de estar com o meu advogado pelo fato dele estar respondendo a prazos definidos por você", disse. "Por isso, ratifico o meu desejo de responder a esse processo ao senhor como réu, olho no olho, como garante o Código de Processo Penal", completou.
A transferência de Cabral para Curitiba foi pedida pelo MPF depois que o órgão apontou suposto tratamento privilegiado ao ex-governador na prisão de Benfica, na zona norte do Rio. Os procuradores também alegaram que o ex-governador recebia encomendas na penitenciária "sem qualquer tipo de fiscalização".