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Bumlai disse que negócio na Petrobrás estava 'abençoado' por Lula

Fernando Schahin, herdeiro do Grupo Schahin, afirmou nesta quarta-feira ao juiz da Lava Jato, em Curitiba, que pecuarista pediu para avisar que 'o presidente está abençoado o negócio', em relação a contratação da sonda Vitoria 10000, que seria compensação por empréstimo nunca pago dado ao PT

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Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Ricardo Brandt e Julia Affonso
Atualização:
 Foto: Estadão

O empresário Fernando Schahin, um dos herdeiros do grupo, afirmou nesta quarta-feira, 20, à Justiça Federal que o pecuarista José Carlos Bumlai disse que o negócio operar o navio-sonda Vitoria 10000, no valor de US$ 1,6 bilhão, estava abençoado" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Ele me disse sim que passasse um recado para o pessoal lá que o presidente está abençoando o negócio", afirmou Fernando Schahin, executivo do grupo e filho de um dos donos, Milton Schahin, ao juiz federal Sérgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância.

O negócio citado teria sido, segundo a força-tarefa da Lava Jato, dirigido internamente na Petrobrás para o Grupo Schahin, entre 2006 e 2009. O direcionamento era uma compensação por uma dívida de R$ 12 milhões que o PT tinha com o Banco Schahin, após um operação fraudulenta de empréstimo realizada por Bumlai, o amigo de Lula, em 2004 - para pagamentos de dívidas de campanhas.

Delatores e investigadores da Lava Jato relacionam além de Bumlai, o lobista Fernando Baiano, os ex-diretores da Petrobrás Nestor Cerveró e Jorge Zelada, como envolvidos na contratação fraudulenta. Dão conta ainda de uma dívida de R$ 50 milhões do PT a ser paga pela operação fraudulenta.

O executivo Fernando Schahin foi ouvido nesta quarta na ação penal que tem como alvo central Bumlai, alvo da 21ª fase da Lava Jato. A conversa que ele relatou a Moro teria ocorrido em um evento em que Bumlai se apresentou a ele. "Ele me abordou e perguntou com estavam as negociações da sonda junto com a Petrobrás. Eu me surpreendi, mas ele disse que tinha relações com o grupo", explicou Schahin. O encontro teria ocorrido em "março ou abril de 2007".

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O executivo afirmou a Moro, porém, que nunca tratou de propina. Segundo ele, não houve reunião dele com o ex-diretor Nestor Cerveró, onde teria sido explicitado o direcionamento da licitação para o Grupo por conta de dívida do PT. Ele negou informação de que teria oferecido propina ao ex-gerente da Petrobrás Eduardo Musa.

 

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