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Bumlai confirma ter falado com lobista sobre permanência de ex-diretor na Petrobrás

Frente a frente com Fernando Baiano, o pecuarista disse que conversou sobre assunto, mas não agendou reunião entre Paulo Roberto Costa e Antonio Palocci; na acareação na PF, delator manteve que amigo de Lula foi responsável por encontro em 2010 que teve pedido de R$ 2 milhões para campanha de Dilma

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Por Ricardo Brandt e JULIA AFFONSO E FAUSTO MACEDO
Atualização:

Palocci entre os delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, e o operador de propinas Fernando Baiano, à direita Foto: Estadão

O pecuarista José Carlos Bumlai - amigo do ex-presidente Lula - confirmou em acareação com o operador de propinas Fernando Soares, o Fernando Baiano, ter conversado com ele sobre a permanência de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, mas negou ter agendado reunião dos dois delatores da Operação Lava Jato com o ex-ministro Antonio Palocci.

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"Realmente chegou a conversar com Fernando Soares sobre eventual permanência de Paulo Roberto Costa na Petrobrás, porém nunca se comprometeu a ajudar ou envolver terceiros neste assunto", registrou a Polícia Federal, no termo de acareação entre Bumlai e Fernando Baiano, de ontem.

O operador de propinas do PMDB  Fernando Baiano manteve,  diante do pecuarista, que foi ele quem agendou a reunião em meados de 2010 em que foi acertado pagamento de R $ 2 milhões,  em propina,  para a campanha da presidente Dilma Rousseff.

Em troca, Palocci defenderia a permanência de Costa na Diretoria de Abastecimento, após a vitória de Dilma. O ex-diretor estaria preocupado em perder o cargo, que durante o governo Lula era sustentado por políticos do PP, do PMDB e pelo próprio ex-presidente - que nega.

 Foto: Estadão
Fernando Baiano afirmou em sua delação premiada que, em 2010, foi procurado por Paulo Roberto Costa,  ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás. O delator disse ter procurado Bumlai para que intercedesse em favor de Costa. Foto: Estadão

Baiano diz que o pecuarista amigo de Lula sugeriu que o ex-ministro Antônio Palocci - coordenador da campanha presidencial petista - fosse procurado. O delator sustentou na acareação que Bumlai agendou a reunião entre Palocci e Costa e que forneceu a ele os dados do local, data e hora.

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No encontro,  Baiano diz que foi acertado o pagamento de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. O responsável pelo recebimento,  segundo o delator,  seria o ex-assessor de Palocci Charles Capella de Abreu. Ele foi ouvido ontem pela PF e colocado frente a frente com seu acusador.

Charles negou conhecer Baiano. O lobista manteve que Charles foi indicado por Palocci para operar o recebimento dos valores. Disse acreditar se tratar da mesma pessoa, mas que não poderia por fisionomia dar 100% de certeza.

 Foto: Estadão

 

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