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'Banco da propina' da Odebrecht girou US$ 1,6 bi, aponta delator

Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, Vinícius Veiga Borin afirma que quantia foi movimentada no Meinl Bank Antigua, que teria sido adquirido pela empreiteira para repassar valores ilícitos

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Por Fausto Macedo , Julia Affonso , Mateus Coutinho e Ricardo Brandt
Atualização:

Prédio da Odebrecht em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O executivo Vinícius Veiga Borin, novo delator da Operação Lava Jato, afirmou que o Meinl Bank Antigua, supostamente adquirido pela Odebrecht para repassar propinas no exterior, movimentou pelo menos US$ 1,6 bilhão.

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Em depoimento prestado no dia 17 ao procurador regional da República Orlando Martello, o delator declarou que 'tem conhecimento que o Meinl Bank tem contas operacionais da Odebrecht, da mesma forma em nome de offshores'. Ele não revelou, porém, os nomes das offshores e nem quem as controla.

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Vinícius Borin relatou transferências 'suspeitas' das contas associadas à Odebrecht que somam ao menos US$ 132 milhões. Ele trabalhou em São Paulo na área comercial do Antigua Overseas Bank (AOB), entre 2006 e 2010. Borin e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então integrantes do Departamento de Operações Estruturadas - nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo Lava Jato - da Odebrecht para adquirir a filial desativada do Meinl Bank, de Viena, em Antigua, paraíso fiscal no Caribe.

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A empreiteira está negociando acordo de leniência. Seu principal executivo, Marcelo Odebrecht, está próximo de acertar delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.

Em seu depoimento, Vinícius Borin disse que 'não pode afirmar' que Marcelo Odebrecht tinha conhecimento da estrutura financeira do esquema. "Mas pelo volume de dinheiro e da estrutura criada considera ser impossível ele (Odebrecht) não ter tido conhecimento de seu funcionamento", argumentou o delator.

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