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Apartamento da mulher de Vaccari está em nome de funcionária da OAS

Imóvel no Condomínio Solarius, em Guarujá, é alvo da Operação Triplo X, primeiro capítulo da Lava Jato em 2016

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Por Andreza Matais , Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

João Vaccari Neto está preso na Lava Jato. Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press

O Ministério Público Federal descobriu que um imóvel da mulher do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, no Condomínio Solaris, no Gaurujá, está em nome de uma funcionária da OAS. O apartamento foi declarado por Giselda no ajuste anual do imposto de renda - pessoa física, dos anos calendário 2007 a 2013, no valor de R$ 127,1 mil.

O condomínio Solaris é alvo da Triplo X, 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira, 27. O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato, declarou que 'todos os apartamentos' do Solaris são alvos da investigação.

 

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Em pedido de busca e apreensão criminal enviado ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, a Procuradoria informou que havia solicitado ao Registro de Imóveis de Guarujá cópia de todas as matrículas do empreendimento antes denominado "Mar Cantábrico", atual Condomínio Solaris, situado na Avenida Gal. Monteiro de Barros, 638, Guarujá, litoral de São Paulo.

"Na análise dos documentos recebidos, causou espanto verificar que, apesar de Giselda Rousie de Lima, esposa de João Vaccari Neto, declarar ser proprietária de um apartamento (unidade 43) no Edifício Navia, do condomínio "Mar Cantábrico", esta não figurava na matrícula do referido imóvel. Na realidade, na matrícula correlata, figura como proprietária, desde 30 de outubro de 2013, Sueli Falsoni Cacalcante, funcionária da OAS, construtora investigada na Operação Lava Jato", informou o Ministério Público Federal.

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O documento é subscrito pelos 11 procuradores da República que formam a força-tarefa da Lava Jato. Para eles, esse indício de ocultação de patrimônio, 'aliado aos outros elementos já coligidos', reforça a hipótese de o empreendimento ser utilizado para a lavagem de capitais.

O alvo central da Triplo X são imóveis da Bancoop, adquiridos pela OAS, em nome da família de Vaccari e também o triplex 163-B, na torre vizinha à que abriga o apartamento que seria do ex-presidente Lula. O 163-B está em nome da offshore Murray Holdings LLC, registrada em Nevada (EUA).

Vaccari Neto presidiu a Bancoop entre 2004 e 2010. Durante sua gestão verbas destinadas à construção dos edifícios de apartamentos dos cooperados teriam sido desviadas. Vaccari é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e estelionato em ação penal por suposto desvio de R$ 70 milhões da Bancoop, na 5.ª Vara Criminal de São Paulo. O ex-tesoureiro nega ilícitos durante sua gestão na presidência da Cooperativa, entidade criada nos anos 1990 por um núcleo do PT.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, QUE DEFENDE JOÃO VACCARI NETO

O criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende João Vaccari Neto, disse que a Operação Triplo X 'não tem absolutamente nada, nenhuma suspeita' contra o ex-tesoureiro do PT. "A Operação (Triplo X) não é dirigida ao Vaccari. E não tem nenhuma acusação formal à Bancoop. Vaccari, enquanto presidente da Bancoop, literalmente resgatou a administração da Cooperativa e a viabilizou com uma gestão eficiente, promovendo a entrega das unidades residenciais aos cooperados."

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Segundo D'Urso, 'algumas poucas unidades ainda faltam ser entregues, muito poucas'. O advogado esclareceu que a Bancoop firmou Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com o Ministério Público para 'entregar essas unidades'.

Sobre o empreendimento no Guarujá, o criminalista disse que Vaccari e sua mulher, Giselda, 'compraram uma unidade residencial, pagaram direitinho todo mês, não há nada de irregular'.

"Giselda não tem nada, ela tem o que tem o Vaccari. Eles compraram cotas da cooperaitva como qualquer outro cooperado no Guarujá, num daqueles prédios do Condomínio (Solaris). Não houve nada de irregular."

 

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