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Anexo 29: Adir Assad e uma grande operação de caixa 2 da campanha de Dilma em 2010

Delator afirmou que no decorrer da CPI dos Bingo 'se constatou que o financiamento de campanha de 2010, especialmente do PT, teria sido realiza do por meio de caixa 2, utilizando-se das empresas de Adir Assad'

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Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Fausto Macedo , Mateus Coutinho e Ricardo Brandt
Atualização:
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou em sua delação premiada que o operador de propinas Adir Assad fez uma das maiores operações de caixa-2 da campanha da presidente Dilma Rousseff, em 2010. Foto: Estadão

"As empresas de Adir Assad eram empresas de prestação de serviços. No decorrer dos trabalhos da CPI se constatou que o financiamento de campanha de 2010, especialmente do PT, teria sido realiza do por meio de caixa 2, utilizando-se das empresas de Adir Assad", disse Delcídio em sua delação homologado ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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O senador afirmou que "orientados pelo tesoureiro da campanha de Dilma", José de Filippi Júnior, "os empresários faziam contratos de serviços com as empresas de Assad que repassava recursos para campanhas eleitorais". Os fatos estão citados nos termos de delação número 20 e 29.

"Que esse expediente foi largamente utilizado" e descoberto quando foi aberta a CPI dos Bingos, conhecida como CPI do Cachoeira - em referência ao bicheiro Carlos Cachoeira. Delcídio contou à Procuradoria Geral da República que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou a abertura das apurações, em 2012.

"A CPI foi muito incentivada pela ex-presidente Lula com o objetivo de atingir o governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo." Delcídio afirma que a CPI dos Bingos "foi fortemente e irresponsavelmente incentivada pela ex-presidente". "A despeito de todos os alertas que fiz a ele próprio."

Os problemas, segundo o delator, foram percebidos quando "houve uma celeuma muito grande com a aprovação de vários requerimentos, dentre esses requerimentos muitas quebras de sigilos bancário e fiscal" que levaram à campanha de Dilma.

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O senador citou nome de algumas empresas de Assad, que foi preso pela Operação Lava Jato, em Curitiba, e depois colocado em liberdade. A Rock Star, citada na delação de Delcídio, é uma das empresas que integram sentença do juiz Sérgio Moro, contra alvos em Curitiba.

"José de Filippi era o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Roussef à época e era quem orientava as empresas doadoras no sentido de atender eventualmente a campanha presidencial ou as demais campanhas do PT e aliados a utilizarem as empresas de Adir Assad."

Fillipi foi alvo no dia 4 de março da Operação Aletheia - 24ª fase da Lava Jato, em Curitiba - que teve como alvo central Lula. Como o ex-presidente, ele foi levado coercitivamente para depor. Seu nome foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, também em delação, pelo recebimento de R$ 2,4 milhões de caixa-2 na campanha de reeleição de Lula, em 2006.

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