Por Mateus Coutinho, Fausto Macedo e Julia Affonso
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sequestrou o avião da empresa de Mario Góes, apontado pela força-tarefa da Lava Jato como um dos 11 operadores de propina na Diretoria de Serviços da Petrobrás quando ela estava sob o comando de Renato Duque, preso nesta segunda-feira, 16, na décima etapa da operação. A medida atende à determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato
A aeronave estava registrada em nome da empresa Riomarine criada por Góes em 1987 e que recebeu quase R$ 40 milhões de empreiteiras investigadas na Lava Jato por contratos de consultoria que a Polícia Federal suspeita ser de fachada. O ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco afirmou em sua delação premiada que adquiriu a aeronave de R$ 1,3 milhão junto com Góes utilizando dinheiro de propina na estatal. Diante disso o magistrado determinou o sequestro do avião.
O sequestro dos bens do acusado é uma medida adotada pela Justiça para garantir que, em uma eventual condenação de Góes, o dinheiro desviado possa ser ressarcido aos cofres públicos.
Nas buscas realizadas na casa e nas empresas de Mário Góes, no dia 5 de fevereiro, a Polícia Federal encontrou também depósitos de R$ 2,5 milhões em uma lavanderia em que ele foi sócio - até o dia 1.º de dezembro do ano passado - do ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco, braço direito de Renato Duque.
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Considerado um 'medalhão' entre os operadores de propina alvos da nova fase da Lava Jato, batizada de Operação My Way, Mário Góes foi sócio do ex-gerente de Engenharia na lavanderia entre 2009 e dezembro de 2014 na JPA Lavanderia Industrial Ltda, com sede no Rio.
Mário Góes - como é conhecido - foi um dos principais alvos da nona fase da Lava Jato (Operação My Way). Ele está preso desde o dia 8 de fevereiro na Custódia da Superintendência da PF, em Curitiba. Ele ainda foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção ativa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro e nega irregularidades, em sua defesa.