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Alckmin enfrenta sua maior taxa de rejeição, aponta pesquisa

Levantamento do Instituto Datafolha feito antes dos protestos de estudantes mostra que aprovação do governador é de 28%, a menor da série histórica de seus quatro mandatos, e sua rejeição chega a 30%

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Por Mateus Coutinho
Atualização:

O ex-governador Geraldo Alckmin. Foto: Wilson Pedrosa/Estadão

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 4, mostra que o governador Geraldo Alckmin enfrenta a sua maior reprovação e menor aprovação na série histórica do instituto ao longo dos quatro mandatos do governador à frente do Estado de São Paulo.

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Ao todo, 30% dos paulistas classificam o desempenho do tucano como ruim ou péssimo ante 28% do eleitorado que considera o desempenho do governador ótimo ou bom, a menor aprovação de Alckmin.Há pouco mais de um ano, véspera da eleição que o reelegeu, Alckmin tinha 20 pontos percentuais a mais de aprovação, 48%. No seu melhor momento no comando do Estado, em março de 2006, pouco antes de sair para disputar uma eleição presidencial contra o ex-presidente Lula, ostentou 69%.

Além disso, 40% dos entrevistados disse considerar o desempenho do governador regular. O reprovação do tucano é pior na população mais jovem, chegando a 36% entre os que têm 16 a 24 anos, e entre os mais escolarizados, extrato dos que possuem ensino superior e no qual 43% classificam a gestão de Alckmin como ruim ou péssima.

O levantamento foi realizado nos dias 25 e 26 de novembro, antes dos protestos de estudantes do ensino médio e fundamental contra o projeto de reorganização da rede estadual de ensino que prevê o fechamento de 93 escolas.

Interior. O levantamento aponta ainda que o desempenho do tucano é pior na capital e nas grandes cidades. No conjunto dos municípios da região metropolitana de São Paulo, a reprovação ao governador atinge 38%. Na capital, 39%. Considerando só as cidades com mais de 500 mil habitantes, a taxa chega a 40%.

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No interior, por outro lado, a reprovação ao governador é de 23% ante 34% de ótimo ou bom.

Temas. De acordo com o Datafolha, foram abordados dois temas diretamente relacionados ao governo estadual que podem ajudar a explicar a queda de popularidade do governador: a crise de abastecimento de água e a decisão de fechamento de escolas públicas, com o consequente remanejamento de alunos.

A reorganização da rede estadual de educação, com o fechamento de escolas, é reprovado por seis de cada dez eleitores (61%), segundo o instituto. Apenas 29% dos entrevistados, ou três em cada dez, são favoráveis à polêmica medida.

Ainda de acordo com o instituto, 55% da população manifestou apoio às ocupações das escolas pelos jovens enquanto 40% se manifestou contra.

Crise hídrica. Em relação à crise de abastecimento pela qual passa o Estado , um terço dos entrevistados (33%) disse que o fornecimento de água foi interrompido ao menos uma vez no último mês, taxa que chega a 55% entre os moradores da região metropolitana de São Paulo.

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Segundo o instituto, embora o patamar dos sem ­água seja menor do que o apurado em fevereiro (44%), o que pode estar pressionando pela deterioração da imagem o governador é a percepção de que sua administração esconde informações sobre o tema.

De cada dez paulistas, oito estão convencidos de que o governo Alckmin só fornece informações a respeito do assunto que interessam ao próprio governo. Apenas 14% acreditam que todas as informações sobre a falta de água são devidamente fornecidas.

Diante disso, segundo o Datafolha, Alckmin é visto como um governador que lida mal com o assunto. A atuação do tucano frente à crise hídrica é aprovada por apenas 20% das pessoas no Estado e 13% na capital. Para 38% dos paulistas, quase o dobro, seu desempenho é ruim ou péssimo nesse setor.

O Datafolha fez 1.350 entrevistas em 47 municípios.

Procurado pela reportagem nesta manhã, a assessoria do governo de São Paulo não quis comentar a pesquisa.

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