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Alckmin e a eleição presidencial de 2018

Por Elizabeth Lopes
Atualização:
Geraldo Alckmin. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Após a vitória acachapante de seu afilhado político João Doria Jr., no primeiro turno das eleições municipais na capital, no domingo, 02, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, passou a defender mais enfaticamente a realização de prévias como instrumento de definição do candidato de seu partido à sucessão presidencial de 2018 e a aumentar sua presença em eventos fora de São Paulo. Mesmo que publicamente o governador evite tecer comentários sobre suas pretensões de disputar o Palácio do Planalto, sob alegação de que o momento exige dos administradores públicos foco nas medidas de retomada do crescimento econômico e dos empregos, nos bastidores ele já se movimenta nessa direção.

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Na mesma semana em que Doria foi eleito, Alckmin começou a diversificar sua agenda pelo País. Na quinta, esteve em Brasília para discutir com outros colegas governadores e o presidente Michel Temer alternativas para a grave crise financeira dos Estados. A reunião foi pela manhã, mas o tucano pode ser visto à noite no tributo em homenagem aos 100 anos de Ulysses Guimarães, num show que reuniu nomes como Gal Costa, Gilberto Gil e Nando Reis, num teatro batizado com o nome do ex-deputado, na Asa Sul da cidade. Após o encerramento do show, o governador de São Paulo ficou algum tempo no local, posando para selfies e conversando com os presentes. E num contraponto à resistência em admitir em público que é candidato ao Palácio do Planalto, o tucano chegou a dar um sorriso de cumplicidade quando alguém disse considerá-lo favorito nessa corrida presidencial.

Depois de cumprir agenda em Brasília, o governador seguiu nesta sexta, 07, para Cuiabá, no Mato Grosso, para participar da cerimônia que marcou o início dos testes clínicos em humanos da primeira vacina brasileira da dengue. A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, considerado um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo e uma das grandes vitrines eleitorais do tucano. Após a cerimônia, Alckmin concedeu entrevista para o jornal do meio-dia da TV Record de Cuiabá e para a rádio Gazeta da mesma cidade.

Também nesta sexta-feira, o governador de São Paulo foi um dos destaques do jornal da manhã da Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Minutos depois de sua entrevista, os jornalistas da rádio falaram ao vivo, às 9h05, com o presidente da República, Michel Temer. Chamou atenção na fala do governador aos ouvintes gaúchos, o foco nos temas nacionais e a menção apenas superficial ao candidato de seu partido, o deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que está na disputa de segundo turno pela prefeitura de Porto Alegre, contra o peemedebista Sebastião Melo.

Na entrevista de mais de dez minutos, além de defender enfaticamente as prévias, Alckmin disse que o presidente dos EUA, Barack Obama, só chegou a esse posto graças às primárias do partido democrata. E frisou que o balanço das eleições deste primeiro turno indica que o eleitor prioriza hoje o gestor, não necessariamente o empresário, mas o político que sabe gerir e cuidar do bem público com eficiência, justamente o que sua gestão propaga como marca principal. "E não precisa ser necessariamente empresário para isso", justificou.

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Ainda à Rádio Gaúcha, Alckmin fez questão de falar da disputa presidencial que teve contra Lula, em 2006. Apesar da vitória do petista, o governador tucano disse que foi dele a maior votação em um município do País. "Com 84% dos votos válidos, venci no município de Arroio do Padre, que fica ao lado de Pelotas, aqui no Rio Grande do Sul", disse, relembrando os tempos em que esteve em campanha por todo o País. Indagado pelos locutores se era candidato ao Palácio do Planalto, sob o argumento de que a vitória de Doria o credenciava a isso, Alckmin brincou e disse que era candidatíssimo sim, à presidência de seu time, o Santos. Apesar da negativa em público, nos bastidores são claros os movimentos dele em direção à disputa presidencial de 2018, corrida em que será o cabeça de chapa se vencer dois fortes candidatos internos, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

* Elizabeth Lopes é repórter do Broadcast Político.

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