O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por meio de sua defesa, informou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai fechar seu escritório político em Belo Horizonte. O tucano afirmou que 'o fará em meados de julho'.
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PORTAS FECHADAS"Tendo em vista a "suspensão do exercício das funções parlamentares ou de qualquer outra função pública" determinada pelo em. Ministro Edson Fachin -- medida que vem sendo devida e fielmente cumprida --, bem como o corte do ressarcimento de suas despesas imposto pelo Senado Federal, o Peticionário não tem alternativa, senão o fechamento de referido escritório", afirmou a defesa. "Assim, é a presente para informar que o fará em meados de julho."
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Aécio está afastado do Senado por ordem do ministro Fachin. O tucano foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da JBS e por obstrução de Justiça por tentar impedir os avanços da Operação Lava Jato. Janot também pediu a abertura de um novo inquérito para investigar o crime de lavagem de dinheiro.
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A irmã de Aécio, Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco e o advogado Mendherson Souza Lima também foram denunciados, mas apenas por corrupção passiva. Os três foram presos na Operação Patmos, deflagrada em 18 de maio.
Essa é a primeira denúncia oferecida contra Aécio, que responde a outros inquéritos no Supremo, em decorrência da delação de executivos da Odebrecht e outros sobre o esquema de corrupção em Furnas e de intervenção durante a CPI dos Correios, em 2005.
Entre as acusações que pesam sobre Aécio no âmbito da delação dos empresários do grupos J&F, está a gravação na qual o tucano pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS. Em uma conversa, o tucano aparece pedindo o dinheiro ao empresário sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.
A irmã de Aécio, Andrea Neves, teria feito o primeiro contato com o empresário. O tucano indicou seu primo Frederico para receber o dinheiro. Mendherson também teria participado. O dinheiro foi entregue pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Ao todo, foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma.