O empresário Alexandre Accioly tinha uma conta em um banco utilizado para ocultar e lavar dinheiro de clientes do doleiro Dario Messer, segundo investigações da Operação Câmbio, desligo. As apurações mostram que Accioly recebeu, por meio de uma empresa na qual tinha como sócio o apresentador Luciano Huck, R$ 500 mil de Roberto Rzezinski - outro doleiro alvo da operação.
Na decisão em que autorizou a prisão de dezenas de doleiros e operadores, o juiz Marcelo Bretas listou pessoas citadas na Operação Lava Jato do Rio que possuem conta no EVG, banco localizado em Antígua e Barbuda, no Caribe. A instituição financeira tinha como "sócio oculto" Messer, conhecido como "o doleiro dos doleiros".
De acordo com os doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Barboza - que fizeram delação premiada -, após o caso Banestado, no início dos anos 2000, Messer passou a atuar por meio do EVG.
"Para a ocultação de valores de clientes da referida organização criminosa, foi criado em Antígua e Barbuda o Banco EVG, por Enrico Machado e com apoio de Dario Messer, que seria uma espécie de sócio oculto do EVG. Tal instituição financeira já foi apontada em vários momentos ao longo das investigações relacionadas à organização criminosa, por ser, em tese, um local habitualmente utilizado para lavagem de recursos de modo transnacional", afirma a decisão de Bretas.
HUCK
Accioly também é citado no pedido de prisão do Ministério Público Federal contra os doleiros investigados na Câmbio, desligo. Segundo os procuradores da Lava Jato, a Empresa Brasileira de Distribuição de Ingressos, que tinha como sócios Accioly e Huck, recebeu depósitos do doleiro Rzezinski. Efetuados em setembro 2009, os repasses do doleiro para a empresa somam R$ 500 mil.
Além das transações, o Ministério Público Federal afirma que Accioly e Rzezinski foram sócios na academia A! Body Tech 21. Com mandado de prisão expedido pelo juiz Marcelo Bretas, Rzezinski é apontado como um dos doleiros do MDB.
Não é a primeira vez que Accioly é citado na Lava Jato. Delatores da Odebrecht apontaram repasses feitos para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por meio de Accioly. Segundo o delator Henrique Valladares, uma das parcelas destinadas a Aécio foi feita em uma conta em Cingapura de nome "Accioly".
COM A PALAVRA, ACCIOLY
Alexandre Accioly confirmou que manteve conta no banco EVG e disse que os recursos foram declarados. Sobre os pagamentos de Roberto Rzezinski, afirmou que eles ocorreram em 2009, "ocasião em que Accioly Entretenimentos, Luciano Huck, Luiz Calainho e Roberto Rzezinski já haviam deixado a sociedade". Disse ainda que foi sócio de Rzezinski na academia, mas que a sociedade foi desfeita. Huck não se pronunciou.