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A Moro, Marta elogia ex-assessor de Palocci preso na Lava Jato

Senadora nega ter conhecimento de qualquer irregularidade envolvendo Branislav Kontic, acusado pela Lava Jato de atuar junto a Palocci na defesa de interesses da Odebrecht no governo e que foi assessor da Prefeitura de São Paulo na gestão Marta

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Luiz Vassallo
Atualização:

Senadora Marta Suplicy (PMDB-SP). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em depoimento como testemunha do ex-assessor de Antonio Palocci, Branislav Kontic, na Lava Jato, a senadora Marta Suplicy (PMDB) elogiou Brani, como era conhecido, e alegou não ter conhecimento de nenhuma conduta que o desabonasse. Kontic foi casado com a irmã de Marta na década de 1980 e, posteriormente, trabalhou de 2002 a 2004 como assessor especial do gabinete da Prefeitura de São Paulo durante sua gestão.

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"Mantinha contato com ele ocasionalmente para o encaminhamento de atividades de sua competência. Nessas oportunidades sempre me pareceu uma pessoa muito envolvida com o trabalho, dedicado, competente íntegro, nada tendo chegado ao meu conhecimento que o desabonasse. Pelo contrário, sempre foi muito elogiado por pessoas com quem trabalhava", relatou a senadora em depoimento por escrito ao juiz Sérgio Moro.

O DEPOIMENTO DE MARTA COMO TESTEMUNHA NA LAVA JATO:

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

A senadora, que deixou o PT em 28 de abril de 2015 com duras críticas ao partido e atualmente está no PMDB, foi arrolada como testemunha de Brani na ação em que ele é acusado pela Lava Jato de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás. Além dele, também são réus nesta ação o ex-ministro Antonio Palocci, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados. Atualmente, Brani, Palocci e Odebrecht estão presos.

A investigação da Lava Jatoafirma que Palocci, com 'importante e constante auxílio' de Branislav Kontic atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.

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Diferente de outras testemunhas, Marta optou por depor por escrito, e relatou ainda que, após deixar a Prefeitura Kontic foi trabalhar com Palocci. "Durante todo esse tempo não tivemos mais contato e nunca soube de nada que depusesse contra sua pessoa ou conduta profissional", disse. O ex-assessor de Palocci se casou com a irmã de Marta em 1982 e, segundo a senadora, eles acabaram se divorciando anos depois "de forma consensual e harmoniosa".

Ainda de acordo com Marta, ela só voltou a ter contato com ele a partir de 2001, quando já era prefeita de São Paulo e buscava alguém para coordenar o "projeto de desenvolvimento da Zona Leste". Na versão de Marta, Kontic teria sido indicado por um membro de sua equipe da Prefeitura na época, que ela não se recorda, e que conhecia ele através do PT.

Investigação. A força-tarefa da Lava Jato aponta que e-mails e anotações apreendidos durante a operação indicam que os acertos de pagamentos das contrapartidas da Odebrecht com o governo federal eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões presenciais.

Os encontros, de acordo com a Procuradoria da República, foram realizados 'por diversas vezes' nos endereços residencial e profissional do ex-ministro - agendadas por intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu então assessor, Branislav Kontic. O ex-ministro e seu assessor negam as acusações.

 

 

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