Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

A.Gutierrez pagou R$ 6 mi em 'contrato simulado' com empresa da campanha de Dilma em 2010, diz delator

Otávio Azevedo, ex-presidente da segunda maior empreiteira do País, revelou a juiz da Lava Jato que 'não houve prestação de serviço'

PUBLICIDADE

Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

Otávio Marques de Azevedo foi preso em 19 de junho de 2015. Foto: Reprodução

O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo afirmou nesta quinta-feira, 28, em audiência na Operação Lava Jato, que a empreiteira fez um 'contrato simulado' com a empresa Pepper, de R$ 6 milhões em 2010. Otávio Marques de Azevedo é um dos delatores da Lava Jato.

PUBLICIDADE

"Foi feita uma contribuição para essa... Foi feito um contrato simulado com a empresa Pepper de R$ 6 milhões. Essa empresa, não me lembro mais, mas acho que ela trabalhava em alguma coisa de internet para a campanha da presidente Dilma e foi feito. Foi feito e vigorou durante o ano de 2010 e não houve prestação de serviço. Houve uma comprovação, mas não houve prestação de serviço pra gente", declarou.

O empreiteiro prestou depoimento em ação penal em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro sobre esquema de propina na Petrobrás. Otávio Marques de Azevedo disse acreditar que estes valores repassados à Pepper não estavam vinculados a contratos da estatal.

https://www.youtube.com/playlist?list=PLLjnnzVPbUOkIoKodtJ3huKpwga9UL2Yb

"Eu acho que não", afirmou.

Publicidade

O executivo disse ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na 1ª instância, que a empreiteira suspeita que haja outra empresa na mesma situação da Pepper.

"Nós encaminhamos ao Ministério Público uma dúvida que nós temos e estamos analisando de uma outra empresa que pode ter esta mesma questão semelhante à Pepper em 2010 e 2012. Nós não temos a conclusão, eu não tenho a conclusão, está sendo analisado contrato, pagamento, serviços que foram feitos", disse.

"Porque essa empresa tem histórico de trabalhar para a Andrade com produtos reais. Peço até para não declinar por enquanto. Mas pode ser que surja mais uma. Se comprovar que foi. É fruto da nossa investigação."

A reportagem tentou contato com a assessoria de Dilma e com a Pepper, mas nenhum dos dois atendeu. O espaço está aberto para a manifestação de ambos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.