Ao pedir a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba levantaram suspeitas de irregularidades do peemedebista desde os anos 2000 e apontaram que o parlamentar teria praticado crimes durante toda sua vida pública.
"Há elementos que apontam que durante todo o seu período de vida pública Eduardo Cosentino Cunha utilizou-se do cargo para obter vantagens indevidas com a finalidade de possibilitar uma vida de gastos vultuosos para o deputado federal e para a sua família", assinalam os procuradores no pedido acatado pelo juiz Sérgio Moro. Além de apontar suspeitas sobre o passado do peemedebista, os investigadores afirmam ainda que, do que já foi revelado até agora, "boa parte do produto e dos agentes públicos beneficiários de seus crimes ainda não são conhecidos".
Antes de virar deputado, Eduardo Cunha ocupou cargos públicos como o de presidente da Telerj (1991-1993), subsecretário de Habitação do Governo do Rio de Janeiro (1999), além da presidência da Cehab (Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro).
Em 44 páginas, a força-tarefa levanta todas as suspeitas e investigações sobre o peemedebista realizadas até agora no âmbito da operação e com o apoio da Suíça. Ao todo, o ex-parlamentar já responde a duas ações penais acusado de receber propinas em dois negócios no esquema de corrupção na Petrobrás e de usar contas secretas na Suíça para movimentar valores ilícitos e ocultar seu patrimônio.
Ele também já foi alvo de uma terceira ação por receber propinas para liberação de recursos de obras do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) da Caixa Econômica Federal, que ainda não foi analisada. Todas essas ações fazem parte do conjunto de sete inquéritos que foram abertos contra o peemedebista no Supremo Tribunal Federal quando ele ainda era deputado e que agora foram remetidos para a Justiça nos Estados do Paraná e Rio de Janeiro, e do Distrito Federal
Os investigadores também citam as suspeitas,já levantadas antes pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot ao pedir a prisão de Cunha, de que o peemedebista teria utilizado seu cargo na Câmara dos Deputados para obstruir as investigações contra ele e até ameaçar inimigos. Esse pedido de prisão não chegou a ser julgado pela Corte, pois Cunha perdeu o mandato e, com isso, o foro privilegiado.
A defesa do peemedebista classificou a prisão de hoje como "absurda" e disse que o MPF não apresentou nada de novo em relação ao pedido de Janot apresentado ao Supremo Tribunal Federal.
CONFIRA ABAIXO A FOLHA CORRIDA LEVANTADA PELA LAVA JATO DAS SUSPEITAS CONTRA CUNHA:
A CONTA SECRETA NO BEACON HILL:
INQUÉRITOS
INFLUÊNCIA NA PETROBRÁS:
CONTAS SECRETAS:
CARROS DA FAMÍLIA:
CASAMENTO DE DANIELLE CUNHA:
PAGAMENTOS À FAMÍLIA DE CUNHA: