O surpreendente em todo esse longuíssimo processo foi o placar da cassação de Eduardo Cunha no plenário. Nem seu mais ferrenho inimigo poderia imaginar que seriam 450 votos contra míseros 10. Isso comprova que a estratégia de Cunha, de postergar ao máximo o desfecho, acabou se voltanto contra ele. Enquanto ele manobrava freneticamente o regimento e os recursos no Supremo Tribunal Federal, os seus aliados foram minguando, minguando, e evaporaram.
No derradeiro ato, Cunha só contou com dois apoiadores incondicionais: os deputados Carlos Marum e Delegado Edson Moreira que, em falta de outros, tiveram de se revezar na tribuna e nas entrevistas defendendo o indefensável. Cunha, um dos homens mais fortes da República na reeleição de Dilma, volta para casa solitáriamente, fraco, abandonado e perseguido pela sombra do juiz Sérgio Moro. Triste fim.