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Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|Os áudios vão tirar a teima

A firmeza e contundência do presidente Michel Temer ao negar a renúncia contrastam claramente com a fragilidade e esgarçamento político do seu governo, que perde apoio de um partido atrás do outro e começa a assistir a uma debandada de ministros. Sem isso, o que sobra a Temer, já que nunca conquistou popularidade e jogou toda a sua energia no Congresso e na aprovação das reformas?

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Atualização:

A derradeira carta de Temer deve surgir antes das 20 horas desta quinta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal deve divulgar as gravações que atingem mortalmente não apenas Temer como o senador Aécio Neves, do PSDB de Minas. O exemplo recente de João Santana e Monica Moura confirma que uma coisa é relatar o que as gravações contêm, e outra, muito mais impactante, é ver e ouvir as pessoas falando.

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A prioridade na divulgação tende a ser justamente o trecho decisivo para o destino de Temer: aquele em que ele estimula o empresário Joesley Batista, da JBS, a continuar pagando propina para calar a boca do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que era um homem chave no PMDB de Temer e está preso em Curitiba.

Esse é o último fio que ainda segura Temer. Ele diz que nunca autorizou nem sugeriu pagar a Cunha ou a quem quer que seja para evitar delações comprometedoras, mas as versões vazadas até agora pelo jornalista Lauro Jardim, do "Globo", dizem o contrário e citam, inclusive, a frase que teria sido dita por Temer ao dono da JBS: "Tem que manter isso, viu?" A divulgação dos áudios vai tirar a teima. E, talvez, pressionar Temer a rever sua decisão de não renunciar.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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