A derradeira carta de Temer deve surgir antes das 20 horas desta quinta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal deve divulgar as gravações que atingem mortalmente não apenas Temer como o senador Aécio Neves, do PSDB de Minas. O exemplo recente de João Santana e Monica Moura confirma que uma coisa é relatar o que as gravações contêm, e outra, muito mais impactante, é ver e ouvir as pessoas falando.
A prioridade na divulgação tende a ser justamente o trecho decisivo para o destino de Temer: aquele em que ele estimula o empresário Joesley Batista, da JBS, a continuar pagando propina para calar a boca do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que era um homem chave no PMDB de Temer e está preso em Curitiba.
Esse é o último fio que ainda segura Temer. Ele diz que nunca autorizou nem sugeriu pagar a Cunha ou a quem quer que seja para evitar delações comprometedoras, mas as versões vazadas até agora pelo jornalista Lauro Jardim, do "Globo", dizem o contrário e citam, inclusive, a frase que teria sido dita por Temer ao dono da JBS: "Tem que manter isso, viu?" A divulgação dos áudios vai tirar a teima. E, talvez, pressionar Temer a rever sua decisão de não renunciar.