Num tom inesperadamente político, falando para os telespectadores, ou para a plateia, Benjamin disse que, na ditadura, a Justiça comdenava quem defendia a democracia e, hoje, condena quem ataca a democracia. E alertou contra as generalizações e contra a demonização dos partidos e dos eleitos para executivos e legislativos, inclusive nos estados.
O relator também não foi nada sutil ao confrontar diretamente o presidente do TSE. Ele usou um voto antigo de Gilmar Mendes para criticar que a Justiça Eleitoral tem sido capaz de cassar governadores de pequenos estados, como o Piauí, por exemplo, mas protegendo os do Rio e São Paulo. A analogia serve para questionar: se pode cassar governadores de estados distantes, por que não pode punir os de estados ricos e... chapas de presidentes?
As armas estão colocadas e serão usadas hoje para uma questão central do julgamento: se a inclusão das delações da Odebrecht e dos marqueteiros do PT, João Santana e Monica Moura, é cabível no processo. Os advogados do PT e de Dilma alegaram ontem que não. E esse será a principal arma dos favoráveis a manter Temer para tentar o arquivamento do processo. Dia de muitas emoções.