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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Um jantar regado a muito vinho e a interesses políticos

Jantar oferecido por Renan aos petistas Lindbergh Farias e Jorge Viana entrou pela madrugada e foi permeado por recados dos dois lados

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Por Andreza Matais
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Quem acompanhou o encontro regado a muito vinho oferecido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aos senadores petistas Lindbergh Farias (RJ) e Jorge Viana (AC) na noite de ontem relata que pareciam grandes amigos, que se abraçam, falam amenidades, brincam uns com os outros. Um desavisado nunca imaginaria que mais cedo o trio havia protagonizado uma forte discussão no plenário do Senado, que precisou da turma do deixa disso para que não partissem para as vias de fato.

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Na política, contudo, nem sempre é o que parece ser. Todos estavam ali por interesse. Os petistas não querem perder a neutralidade que Renan tem prometido manter na votação do impeachment e na condução da presidência do Senado. Para Renan, ser a única ponte de diálogo com o grupo, significa manter cacife nas negociações políticas com o Planalto. Só ele poderá dialogar com a oposição. Mesmo que ele, ao discutir com os petistas, tenha rompido de vez com o Dilmismo.

Nos momentos em que a conversa fugiu das amenidades, as colocações eram todas sobre o pós-Dilma. Renan ouviu dos seus convidados que o PT traçará uma linha a partir da votação do impeachment. Quem votar a favor será vetado de qualquer composição com o partidos nos próximos 10, 15 anos. Nesse contexto, foi avisado que se votar perderá a interlocução com a sigla.

Enquanto bebiam, assistiram aos vídeos dos "melhores momentos" que protagonizaram na sessão de ontem. "Você viu que ele me agrediu?", perguntou Lindbergh a um dos presentes. Renan respondia com pedidos de desculpa pelo excesso. Embora seus interlocutores tenham a certeza de queele sabia exatamente o que estava fazendo quando pegou o microfone.

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