Em um ano e meio no cargo, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, parte para o seu segundo pedido de impeachment. O primeiro foi da presidente Dilma Rousseff. O segundo foi aprovado na madrugada de domingo, 21, por 25 bancadas da OAB das 26 que votaram. Entre terça e quarta-feira, a OAB representa contra Michel Temer.
Leia entrevista com Lamachia:
O que explica esse resultado tão expressivo?
Lamachia - Foi uma reunião demorada, com resultado em termos de representatividade muito forte. Quando nós pedimos o impeachment da presidente Dilma Rousseff tivemos um resultado muito semelhante, praticamente igual. Isso é relevante porque demonstra o quanto a OAB é apartidário.
Quando o pedido de impeachment será protocolado na Câmara?
Lamachia - A petição inicial será apresentada até terça ou quarta-feira.
E se o STF suspender o inquérito como pede a defesa do presidente?
Lamachia - Para nós não muda nada se o STF cancelar o inquérito. A nossa decisão é baseada nas declarações do presidente da República. Ele confirmou o teor da conversa que teve com o empresário [com Joesley Batista], que esteve com ele. Estamos nos baseando naquilo que foi admitido por ele e não nos áudios. É irrelevante se o áudio teve ou não teve corte. É relevante para nós que ele reconhece que teve o diálogo e que foi uma conversa seguramente nada republicana com alguém investigado em quatro operações, com alguém que o próprio Temer diz que era um fanfarrão. Isso ja demonstra que se o áudio teve alguma adulteração isso representa muito pouco. Se ele negasse o encontro teríamos que avaliar a veracidade e a legalidade do áudio, mas na medida que ele nao nega, se teve ou nao corte, isso é irrelevante.
É a terceira vez que a OAB pede impeachment de um presidente...
Lamachia- Meu sentimento é de tristeza. Estou há um ano e meio na presidência da OAB e pedi dois impeachment. Isso demonstra que nosso sistema política está apodrecido. Precisamos de uma reforma política imediatamente.
Rodrigo Maia pode arquivar o pedido de impeachment..
Lamachia - Se ele arquivar vai ter que prestar contas à sociedade brasileira. É uma prerrogativa que o presidente da Câmara tem. Entendo que todo homem público tem responsabilidade frente aos seus eleitores e frente à sociedade brasileira.