A discussão no governo sobre o preço do combustível envolve uma preocupação: não melindrar o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que assumiu o cargo há dois anos impondo como condições total independência e zero ingerência política. Qualquer movimento fora do script ele voltaria para casa. E tudo o que o governo não quer é perder um dos seus principais quadros. Um palaciano diz que Temer optou por não convidar Parente para reunião de ontem justamente para evitar a leitura de que há pressões pela mudança na política de preço.
Um ou outro. O governo está entre a cruz e a espada. Ou desagrada a Pedro Parente ou vai ter de reduzir tributos federais que tenham impacto sobre os combustíveis. Algo que a equipe econômica não quer nem ouvir falar.
Tá fácil. Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que criticaram no fim de semana os sucessivos reajustes de combustível, defendem a redução de impostos como saída. A interlocutores dizem que o governo não correria o risco de perder Parente.
Eu me amo. A Petrobrás gastou R$ 32 milhões com uma campanha publicitária que vai exaltar a moralização da empresa pós-Lava Jato. A peça será veiculada nos próximos dias.
Nem aí. Enquanto o governo estuda como conter a alta na gasolina, o gasto dos deputados com combustível somou R$ 54 milhões de 2015 a 2017. O site Ranking Político calculou que daria para rodar o mundo mais de 3 mil vezes.
Na mira. Michel Temer corre o risco de ser vaiado por congressistas do MDB se não anunciar a desistência de sua candidatura à reeleição em evento da sigla hoje. O Planalto foi avisado de que a expectativa de vê-lo fora do jogo é enorme.
Não estraga. Toda a estrutura do evento foi montada para que Henrique Meirelles brilhe sozinho.
O culpado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encontrou uma desculpa para justificar o mau humor no plenário: a falta de janelas. Sem circulação de ar, o local fica abafado e altera o ânimo dele.
Entendeu? A última assembleia da Gamecorp informa em letras garrafais que a Oi Internet "NÃO" participou da reunião que decidiu pela recondução de Fábio Luís Lula da Silva como diretor-presidente.
É tudo nosso. A Oi detém 29,9% da BR4, dona da Gamecorp. O restante está em nome de Lulinha. Na mesma reunião, decidiu-se pela manutenção de Marcos Adriano Veiga Silva como diretor financeiro. A Oi disse que não comenta.
CLICK. Sites vendem camisetas, bonés e até garrafas de água em apoio ao pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (PSL), com preços que variam de R$ 20 a R$ 60.
Acertos... O tucano João Gualberto pode desistir de disputar o governo da Bahia para apoiar José Ronaldo (DEM). Em troca da aliança com o PSDB, o DEM garantiria palanque ao presidenciável Geraldo Alckmin. Isso se o demista Rodrigo Maia desistir da disputa ao Planalto.
A ver navios. Está nas mãos do ministro Moura Ribeiro (STJ) o desempate do julgamento de um caso em que dois torcedores fanáticos do São Paulo pedem R$ 10 milhões do clube por terem investido na compra do jogador Ricardinho. O jogador foi vendido um ano depois sem recompensa aos torcedores.
PRONTO, FALEI!
"As eleições colocarão o tema privatização na pauta. Bem geridos, os Correios podem entregar importantes resultados à sociedade", DO PRESIDENTE DOS CORREIOS, CARLOS FORTNER, que é contra à privatização.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE. COLABOROU RAFAEL MORAES MOURA
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