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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Decisão de Janot provoca dúvidas entre investigadores

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Por Redação
Atualização:

Investigadores se perguntam ao final por que razão Joesley Batista entregou à PGR áudios que podem comprometer seu acordo de delação. Joesley já se mostrou muito esperto para cometer erro tão crasso. Ele tem ótimos advogados, conseguiu todos os benefícios: não foi preso; não teve o passaporte apreendido; não usou tornozeleira, não pode ser processado e, ainda, ganhou milhões após confessar crimes. A decisão de Janot de pedir a revisão do acordo com base nesses áudios também intrigou os que enxergam no movimento brusco uma vacina.

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Toma aqui. Na entrevista, Janot disse que os áudios foram dados por Joesley de "livre e espontânea" vontade. São quatro horas de conversas que trariam "graves indícios" envolvendo a Procuradoria e o STF.

Esquentaram. A J&F nega que os áudios comprometam Joesley Batista. "O diálogo em questão é composto de "meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático", diz.

Ferveu. Mas um trecho da nota chama a atenção. A J&F diz ter ouvido vários profissionais antes de decidir pela delação. A Coluna apurou que a lista inclui Marcelo Miller, ex-braço direito de Janot que se associou a escritório que advogou para Joesley.

Jogo jogado. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, foi o primeiro a saber que Rodrigo Janot iria pedir a revisão do acordo de delação da JBS. Janot o avisou pouco antes de fazer seu pronunciamento.

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Todo mundo tá feliz. No Planalto, a avaliação é que, ao pôr a delação da JBS sob risco, o próprio Rodrigo Janot praticamente sepultou a segunda denúncia que deve apresentar contra o presidente Michel Temer.

Árvore envenenada. A leitura é que as fragilidades na delação de Joesley Batista contaminam as informações do delator Lúcio Funaro, que darão sustentação à nova denúncia.

Despertador. Michel Temer foi avisado às 6h40 da manhã (horário na China) sobre a fala de Janot. Pediu calma e serenidade até que a íntegra dos áudios seja revelada. Combinou também se reunir com Antonio Mariz, seu advogado, para discutir o caso.

Delação em dúvida. A delação de Ricardo Saud, da JBS, não prosperou quanto ao escritório Erick Pereira Advogados. A banca foi excluída pela PGR da lista de investigados no inquérito que apura caixa 2 de Robinson e Fábio Faria, governador potiguar e deputado.

CLICK. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), participa da missa em homenagem aos 90 anos de seu avô, o ex-governador da Bahia Antonio Carlos Magalhães. Uma avenida com o nome do líder baiano foi inaugurada ontem na capital.

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Na marra. O senador Lasier Martins (PSD-RS) apresentou requerimento para convocar o ex-presidente Lula na CPI do BNDES. Defende que o petista explique empréstimos do banco a empreiteiras do petrolão.

Defesa. A AGU ingressou no STF com pedido de habeas corpus para evitar que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, seja obrigado a comparecer a audiência, quarta, na Justiça da Bahia.

O caso. Barros é acusado de descumprir liminar para compra de medicamento para síndrome de Hunter.

No jogo. O prefeito João Doria vai buscar o apoio do senador Aécio Neves para se fortalecer no PSDB e tentar garantir a indicação para a disputa presidencial no lugar do governador Geraldo Alckmin.

Vou pensar.  O mineiro não gostou da veemência com que Doria apoiou seu afastamento do comando da sigla. Aliados de Aécio, porém, acham que a conversa ainda pode prosperar.

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PRONTO, FALEI!

"Se fosse o PGR, não agiria de forma açodada como na primeira denúncia, que se mostrou inválida", DE ANTÔNIO MARIZ, ADVOGADO DO PRESIDENTE MICHEL TEMER, dizendo que Raquel Dodge deve decidir sobre outra denúncia.

 

 

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