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O outro lado da notícia

16 'pérolas' que revelam Gleisi Hoffmann em estado puro

Em apenas duas semanas no comando do PT, a senadora foi tão petista quanto poderia ser: insurgiu-se contra o juiz Sérgio Moro, ocupou de forma arbitrária a Mesa do Senado e reforçou o bolivarianismo do partido no Foro de São Paulo

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Por José Fucs
Atualização:

 Foto: Dida Sampaio/Estadão

A senadora Gleisi Hoffmann acabou de tomar posse como "presidenta" do PT, em substituição ao ex-deputado Rui Falcão, que surpreendentemente conseguiu escapar ileso até agora das denúncias de corrupção que envolvem o partido e seus líderes. Mas, em apenas duas semanas, Gleisi mostrou por que foi a preferida pelo ex-presidente Lula da Silva, o czar do PT, para assumir o comando da legenda, em meio à maior crise de sua história.

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Ré por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato e casada com o ex-ministro Paulo Bernardo, acusado de ter cobrado comissão para fechar um contrato de crédito consignado para os aposentados do INSS, Gleisi defendeu com unhas e dentes as 'narrativas' fantasiosas criadas pelo PT para negar o envolvimento do partido em escândalos bilionários de corrupção e contestar a condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro.Em um sinal de que, para ela e para o PT, o Brasil não passa de uma republiqueta de banana, Gleisi ameaçou se insurgir contra a Justiça e denunciar a condenação de Lula no exterior.

Mais que isso, Gleisi se mostrou uma caricatura bem acabada da estirpe de "revolucionários" tão bem retratada pelo escritor Carlos Alberto Montaner no livro Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano. Na reunião do Foro de São Paulo, realizada nesta semana na Nicarágua, a "Narizinho", como ela é chamada nas redes sociais, por causa de uma cirurgia plástica que fez para afinar e arrebitar o nariz, defendeu Cuba, o ditador Nicolás Maduro e o guerrilheiro Che Guevara, numa só tacada. De quebra, ainda declarou que, com Lula candidato, o PT, responsável pela maior recessão de que se tem notícia na história do Brasil, tem "possibilidade enorme" de voltar ao poder.

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Para quem acompanhou a trajetória política de Gleisi, nada disso surpreende. Com seu indefectível colar de pérolas, um ícone da burguesia que ela tanto critica, Gleisi nunca deixou dúvidas - deve-se admitir isso em seu benefício - sobre as suas inclinações ideológicas nem sobre o seu oportunismo político. Mas agora, ao assumir o comando do PT, Gleisi se superou. Em tempo recorde, ela deixou claro que traz no sangue o DNA bolivariano do PT e que deverá aprofundar o discurso radical e original do partido, amenizado com o objetivo de viabilizar a eleição de Lula em 2002, para mobilizar sua tropa de choque e tentar enfrentar os momentos difíceis que a sigla atravessa.

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Confira abaixo 16 "pérolas" perpetradas por Gleisi depois que ela assumiu a presidência do PT, há duas semanas. São Gleisi Hoffmann e PT em estado puro.

Sobre a condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro

1. "Não pensem que uma sentença de um juiz de primeiro grau vai inviabilizar o processo democrático, deixando Lula de fora das eleições. Nós temos que dizer em alto e bom som que uma eleição presidencial sem Lula não é eleição, é uma fraude à democracia brasileira."

2."Para defender nosso partido, mas, principalmente, para defender o presidente Lula, não vamos descansar nem um minuto"

3."Vamos fazer denúncia internacional, mobilização, não vamos reconhecer (a condenação de Lula). Não há nenhuma prova que incrimine o ex-presidente Lula. A decisão do juiz Sérgio Moro é uma decisão política."

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4."Estamos frente à judicialização da política em todo o continente. No Brasil a intenção é destruir o PT e impedir que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições presidenciais de 2018, pois sabem que a possibilidade de sua vitória é enorme"

5."(A condenação de Lula) éuma decisão sem provas, para o juiz Sérgio Moro prestar contas à opinião pública. As únicas provas que tem são as provas de inocência do presidente Lula"

Sobre a eventual substituição do presidente Temer pelo depputado Rodrigo Maia

6."Se Temer cair, desde já é 'Fora Maia'. Trocar um golpista por outro não tem diferença alguma"

7. "[Maia] é tão ruim quanto Michel Temer. É trocar seis por meia dúzia para o Brasil. É irrelevante para nós"

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Sobre as eleições de 2018

8."Mais do que nunca, necessitamos de um governo de esquerda de volta ao nosso País, para retomar o desenvolvimento nacional, a política externa altiva e ativa e reverter as consequências do ajuste neoliberal imposto pela quadrilha golpista que se instalou no nosso governo"

Sobre a reforma trabalhista aprovada pelo Senado

9."Os senhores rasgaram a constituição, tiraram a Dilma (...), apoiaram esse governo de quinta categoria e agora estão acabando com os direitos dos trabalhadores"

10."Os senhores estão rasgando a CLT, uma legislação de mais de 40 anos, achando que isso é bonito e é moderno"

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Sobre a "mídia golpista" e a revista Carta Capital

11."O braço para a aplicação do golpe foi a grande mídia, a concentração, o monopólio econômico da imprensa. A estrutura de telecomunicações do Brasil vem do tempo da ditadura"

12."Nós precisamos nos unir para defender aqueles veículos de comunicação que são importantes para a nossa sociedade, que fazem o contraponto, que garantem a nossa democracia. Façam a assinatura da Carta Capitalpara ajudar a democracia do País e a diversidade de opinião"

Sobre Cuba, Venezuela e Che Guevara

13."O PT manifesta seu apoio e solidariedade ao governo do PSUV, a seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela e condenamos o recente ataque terrorista contra a Corte Suprema. Temos a expectativa de que a Assembleia Constituinte possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana e que as divergências políticas se resolvam de forma pacífica"

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14."Comemoramos o cinquentenário da queda em combate e o assassinato posterior do guerrilheiro heroico, o comandante Ernesto Che Guevara, para que tenhamos sempre presente a necessidade da transformação social de nossos países"

15. "Aproveitamos para manifestar nosso irrestrito apoio e solidariedade aos companheiros do Partido Comunista Cubano e ao povo de Cuba diante do retrocesso imposto pela nova administração do governo estadunidense em relação aos acordos alcançados com a administração Obama e à manutenção do criminoso bloqueio econômico", discursou.

16. "Apesar do revés eleitoral que sofremos na Argentina e o golpe parlamentar no Brasil, os principais partidos membros do Foro de São Paulo estão retomando a ofensiva política diante dos atuais governantes da direita nos dois países com a perspectiva de voltar a governá-los no curto prazo".

 

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