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Caos aéreo: fiquei preso na aeronave

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Maíra Teixeira

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No dia 11, o jornalista Helton Posseti foi mais uma vítima do caos aéreo instalado no País há quase 10 meses. Ele e a namorada passaram por uma série de problemas no vôo 1965 da Gol, que deveria sair às 3 h de Maceió (AL) e chegar ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 6h55. Para sair da capital alagoana o vôo teve um atraso de uma hora, mas, o pior, segundo Posseti, aconteceu na escala em Aracaju (SE).

"Os passageiros tiveram de esperar por mais de 2 horas dentro da aeronave sem autorização para descer à sala de embarque. Depois de muita insistência, alguns passageiros foram autorizados por funcionários da Infraero a usarem o orelhão na sala de embarque do aeroporto a fim de informar os familiares sobre o atraso."

Em meio à confusão, houve até discussão com policiais federais que tentavam conter os ânimos dos passageiros irritados. "Um passageiro disse que ia ligar para a imprensa de Sergipe, então um policial engrossou e disse para o senhor que reclamava: 'larga já esse telefone que você não pode falar daqui (pista do aeroporto), só do avião." Na ocasião, o comandante da aeronave chegou a informar que não tinha previsão de quanto tempo duraria a escala. "A Gol deveria ter ao menos providenciado o nosso café da manhã. Por conta do atraso, ficamos horas sem ter como fazer uma refeição nem sequer ofereceram um lanche. O máximo que conseguimos comer foi o que tinha dentro do avião: castanha de caju e barras de cereais."

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Para ele, toda a situação poderia ter sido atenuada ou melhor contornada pela empresa aérea. "Deviam pelo menos ter nos levado para a sala de embarque do aeroporto - o que só ocorreu depois de muita reclamação - para que pudéssemos aguardar em terra, mas para que isso ocorresse tivemos de brigar. Acho ainda que a Gol tinha de ter disponibilizado telefones para que quem tivesse compromissos pudesse comunicar o atraso.

Minha namorada chegou quatro horas atrasada ao trabalho." A Gol não se pronunciou sobre o fato ocorrido até o fechamento desta edição.

Situação é nova

Deixar o passageiro dentro do avião quando não há previsão de decolagem é uma situação nova e as empresas aéreas não sabem o que fazer. Maria Inês Dolci, coordenadora Institucional da Pro Teste, afirma que levar o passageiro para dentro da aeronave sem a confirmação da decolagem e sem previsão de tempo de espera é errado. "O direito à informação é fundamental. Como está em jogo a segurança dos passageiros, cabe à equipe de bordo ter autorização para liberá-lo para aguardar fora da aeronave quando há demora para decolagem."A empresa é responsável pela segurança dos clientes. "Mas, operacionalmente, é complicado retirar as pessoas de dentro do avião depois que a aeronave está na pista."

Abaixo-assinado ajuda na hora de ir à Justiça

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Segundo Maria Inês Dolci, em casos como o relatado, o passageiro tem de avaliar se vale insistir para sair do avião e ter de enfrentar nova fila para remarcar a passagem, achar a bagagem, etc. "Mas, sem dúvida, a empresa tem de providenciar alimentação durante o tempo de espera.

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Cabe respeito ao consumidor, e é isso o que está faltando!" Para se documentar, os passageiros que enfrentarem tal situação podem fazer um abaixo-assinado entre si com as seguintes informações: resumo do problema com registro do número do vôo, data, horário de embarque e tempo de espera; nome e RG dos passageiros. "Esse documento vai subsidiar uma futura reclamação à entidades de defesa do consumidor ou à Justiça (processo de danos morais ou materiais, se houver prejuízo financeiro por conta de falta a compromisso).

Se o vôo foi cancelado, exija uma opção - outro vôo ou o reembolso imediato do valor da passagem. Se a empresa perder a bagagem, ou se ela for danificada, reclame ainda no aeroporto, por escrito, no balcão da empresa."

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